Réu pelos desvios milionários no Departamento Estadual de Trânsito e foragido há nove meses, o despachante David Clocky Hoffman Chita, desistiu da delação premiada bomba. Durante a campanha eleitoral, ele ameaçou implodir a candidatura a prefeito do deputado federal Beto Pereira (PSDB) com a colaboração premiada.
Com a prisão preventiva decretada, Chita acabou se transformando em uma das atrações eleitorais por meio de vídeos divulgados pelo site Midiamax. Nas mensagens, ele acusava o tucano de chefiar o suposto esquema de corrupção no Detran.
Veja mais:
Despachante foragido pivô de escândalo nas eleições ao acusar Beto Pereira avalia se entregar
Juíza mantém prisão de despachante que infernizou Beto na campanha e solta mulher
Beto nega chefiar esquema de corrupção e acusa despachante de ter “objetivos “escusos”
O tucano sofreu um grande desgaste e se viu obrigado a usar parte do tempo no horário eleitoral e nas entrevistas para rebater o despachante. O procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milan Júnior, confirmou a proposta de delação, mas frisou que não havia qualquer menção ao nome do deputado federal.
Beto Pereira chegou a carimbar a vaga no segundo turno, de acordo com todas as pesquisas eleitorais divulgadas na época. No entanto, com a abertura das urnas, o tucano ficou em 3º lugar e perdeu as vagas para a atual prefeita, Adriane Lopes (PP), e para a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil).
Nesta semana, David Chita trocou de advogados e deixou a defesa a cargo de André Borges Neto e Vander Ricardo Gomes de Oliveira Almeida. Os advogados não antecipam a nova estratégia da defesa. No entanto, O Jacaré apurou que uma das condições é de que não haverá delação premiada.
O despachante deve se apresentar à Justiça para cumprir os mandados de prisão nos próximos dias como estratégia da defesa para ingressar com novos pedidos de habeas corpus. Contudo, nos bastidores, o surgimento de Chita voltou a alimentar os boatos de que haverá delação premiada bomba.
Chita é réu por associação criminosa, inserção de dados falsos no sistema do Departamento Estadual de Trânsito e causar um prejuízo de aproximadamente R$ 2 milhões.