Os Estados Unidos contabilizaram, na sexta-feira, dia 14, exatos 301 casos de sarampo. O aumento dos casos da doença, quase extinta pela existência de vacinas de ampla distribuição, resulta, principalmente, da negativa dos pais em imunizar crianças.
A maioria dos casos está registrada no Texas, onde, dos 259 casos, de acordo com o Texas Department of State Health Services, 257 não foram vacinados ou têm status de vacinação desconhecido. Entre os pacientes, 201 são crianças ou têm menos de 17 anos. E, do montante, 34 foram hospitalizados, e uma criança morreu.
Em 2025, o sarampo espalhou-se pelo Texas e pelo Novo México e tem obrigado a comunidade médica a reforçar o monitoramento e a atualizar as diretrizes de atendimento, porque a doença estava praticamente extinta e muitos profissionais de saúde sequer tiveram contato com diagnósticos da patologia até 2024.
Nos últimos anos, os Estados Unidos têm registrado um aumento preocupante nos casos de sarampo, uma doença que havia sido declarada eliminada do país em 2000. Este ressurgimento está intimamente ligado à crescente rejeição às vacinas em determinadas comunidades.
No ano passado, os EUA registraram 285 casos, o maior número desde 2019. A maioria dos afetados não havia sido vacinada, evidenciando a ligação entre a recusa vacinal e o aumento de infecções.
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Para além da recusa das vacinas, a precária infraestrutura de saúde norte-americana também agrava o problema. No Texas, por exemplo, dos 64 dos 254 condados não têm hospitais.
Dados compilados pela Agência Brasil apontam que, além dos Estados Unidos, também houve aumento dos casos de sarampo na Europa e na Ásia Central, que registraram, ao longo de 2024, 127.350 casos diagnósticos. Esse dado equivale ao dobro do que havia sido contabilizado em 2023 e é o maior número desde 1997. Os dados foram divulgados na quinta-feira, dia 13, pelo escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Europa e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Também na quinta-feira, 13, dois casos foram notificados no Brasil. Os diagnósticos foram confirmados em São João do Meriti, localizado na região da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e estão relacionados a duas crianças, já liberadas. Esse foi o terceiro caso registrado na região em 2025. No ano passado, o Ministério da Saúde contabilizou 207 casos suspeitos da doença, mas apenas um foi confirmado e outros 18 permanecem em investigação.
Como maneira de alertar os sistemas de saúde para o aumento dos casos, a OMS emitiu, ainda no dia 13, um comunicado em que clama pelo reforço de campanhas de imunização. O documento destaca, ainda, que, “o sarampo é um dos vírus mais contagiosos que afetam pessoas. Além do risco de hospitalização e morte causado por complicações como pneumonia, encefalite, diarreia e desidratação, a doença pode causar problemas de saúde debilitantes, como a cegueira”.
De acordo com a OMS, o “sarampo também pode danificar o sistema imunológico ao ‘apagar’ de sua memória como combater infecções, deixando os sobreviventes vulneráveis a outras doenças”.
Transmissão e sintomas
O sarampo é classificado por autoridades sanitárias como uma doença infecciosa grave e que pode levar à morte. A transmissão acontece quando alguém infectado tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas.
Os principais sinais do sarampo são:
- Manchas vermelhas no corpo
- Febre alta, acima de 38,5°
- Tosse seca
- Irritação nos olhos (conjuntivite)
- Nariz escorrendo ou entupido
- Mal-estar intenso
Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.