A concretização da federação entre PP e União Brasil é questão de tempo. A direção nacional do Progressistas aprovou, na terça-feira (18), dar sequência às tratativas para formalizar a aliança e agora aguarda a decisão do futuro aliado. Em Campo Grande, a parceria nasce com atrito devido a prefeita Adriane Modesto (PP) e a ex-adversária Rose Modesto (União) estarem em lados opostos, após o embate nas eleições de 2024.
A federação partidária determina que os partidos devem atuar juntos no Congresso, como uma única sigla, pelos próximos quatro anos, com divisão do fundo partidário, tempo de televisão e o mesmo programa. Em contrapartida, a parceria amplia o número de prefeitos, vereadores e governadores dando mais força às siglas, principalmente, na disputa eleitoral do ano que vem.
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PP e União Brasil serão juntos a maior força da Câmara com 109 deputados. Atualmente, as maiores bancadas são a do PL, com 91 parlamentares, e a federação do PT-PCdoB-PV, com 80. Ter a maior bancada é importante, por exemplo, para ter preferência na hora de dividir o comando de comissões. O maior partido ou federação pode, entre outras medidas, escolher primeiro com qual comissão quer ficar.
No âmbito de Mato Grosso do Sul, o maior imbróglio está na Capital, onde a prefeita Adriane Lopes e a ex-deputada federal Rose Modesto foram rivais no último pleito pela prefeitura, em um duelo entre ambas no segundo turno no qual a pepista saiu vencedora e conquistou a reeleição.
Desde então, a ex-superintendente regional da Sudeco manteve a postura de oposição à atual gestão de Campo Grande, e Rose garante que vai seguir desta maneira.
“Aqui, localmente, fica confortável porque a federação é diferente de fusão. Então, não é um partido só, são dois partidos, com, inclusive, independência. No meu caso, por exemplo, o União Brasil é um partido hoje aqui, nas minhas manifestações como representante do partido, é de oposição à gestão que tá aí. E eu tenho liberdade para continuar cobrando e debatendo a cidade da forma que eu penso que as pessoas querem que eu continue. Então a gente tem essa independência, isso não muda com a federação”, explica Rose Modesto.
Esse cenário ficou evidente no temporal da última terça-feira, 18 de março, que deixou um rastro de prejuízos e destruição em Campo Grande. O estrago de maior destaque aconteceu no Lago do Amor, na região do Bairro Pioneiros, cujo trecho voltou a ceder na Avenida Senador Filinto Muller.
Rose criticou o caos gerado pela falta de um sistema de drenagem eficiente nas vias da Capital. “A cada temporal a cidade alaga e nada muda. É inadmissível a gente ver Campo Grande sofrer desse jeito com os mesmos problemas de sempre sem enxergar a administração municipal trazer alguma solução concreta para esse tipo de problema. Nós não podemos aceitar mais desculpas”, declarou em vídeo em suas redes sociais.
No cenário nacional, Rose considera a federação importante devido à formação da bancada com 109 integrantes e, para as eleições de 2026, vai facilitar a composição das chapas nos pleitos proporcionais.
“Montar uma chapa de federal sozinho, um único partido, seja qual partido for, é muito difícil. Então isso tudo a gente vai indicar alguns nomes que serão candidatos a estadual e a federal e o PP vai indicar os nomes dos nomes deles também e fica mais fácil para a gente conduzir o processo da eleição em 2026”, argumenta.
O desenho da federação PP e União Brasil prevê gestão compartilhada em nove estados, em modelo segundo o qual cada partido também teria o comando de nove estados cada um.
O PP ficaria com Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. O União teria Ceará, Goiás, Amazonas, Bahia, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia.
Conforme desenho discutido pelos partidos, os dois dividiriam a gestão no Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins.