A deputada federal Camila Jara, o vereador de Campo Grande, Jean Ferreira, ambos do PT, debocharam do fracasso da manifestação pela anistia em Campo Grande, que reuniu cerca de 200 bolsonaristas na manhã deste domingo (16). “Tem ônibus mais cheio do que este pró anistia”, postou a parlamentar.
O superintendente regional do Patrimônio da União, Tiago Botelho, viu fracasso na manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro, que teria reunido 18,3 mil pessoas. Ele comparou com o show de Anita, que arrastou 1,1 milhão de foliões na mesma praia carioca.
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O ato pela anistia, contra o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela contagem pública de votos na Avenida Afonso Pena, em frente ao Bioparque, foi comandado por apenas dois políticos, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP), e o vereador André Salineiro (PL).
O evento ficou longe dos atos bolsonaristas que arrastavam multidão e fechavam toda a extensão da Afonso Pena entre o Centro e o Parque dos Poderes. Houve protesto com a participação de 100 mil pessoas.
“Lotado, lotado, agora o Alexandre de Moraes, o Xandão, vai anistiar todo mundo”, ironizou o vereador Jean Ferreira, ao passar de carro pelo local e filmar os bolsonaristas no canteiro da avenida.
O vereador afirmou que é contra a anistia para os condenados pela invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. “Não pode ter anistia para terrorista e bandido que atacou as instituições e a nossa democracia”, bradou o petista.
“Criminosos tem que ser responsabilizados. Quem encabeçou a tentativa de g0lp3 tem que enfrentar a justiça e responder porque revisou, imprimiu e apresentou aos chefes das Forças Militares uma minuta golpista. Tem que olhar no olho dos ministros e dizer qual foi sua participação na tentativa de ass4ss1n4to do presidente Lula, do vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes”, postou Camila.
“Tem que explicar como usou verba pública para financiar motociatas e mobilizou seus asseclas para manter acampamentos em frente aos quartéis que culminaram nos atos anti-democráticos do dia 8 de janeiro”, afirmou a deputada federal.
“Quero ver Bolsonaro ter coragem para assumir o que fez. Porque competência a gente viu que ele não tem! Mas a responsabilidade ele admite que é dele quanto pede anistia antes mesmo de ser julgado”, alertou a petista.
“A anistia não pode ser concedida a quem comete crimes contra a democracia. Isso inclui os invasores do Congresso Nacional, os financiadores dos acampamentos bolsonaristas e os articuladores dos ataques, além daqueles que, junto ao ex-presidente, planejaram o golpe e atentados contra Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”, completou o vereador.
Ausente, Tereza defende anistia
Ausente da manifestação em Copacabana, a senadora Tereza Cristina (PP) postou uma mensagem protocolar de apoio ao projeto de anistia. “Convocada pelo presidente Bolsonaro, a sociedade brasileira se expressa mais uma vez em defesa da democracia, justiça e liberdade. Após o 8 de Janeiro, visitei os presídios e vi muita gente injustiçada: continuo contra julgamentos políticos e penas excessivas. Passou da hora de pacificarmos o país”, postou a senadora.
Tereza não informou o motivo pelo qual não participou do evento no Rio de Janeiro. A mensagem nas redes sociais foi mais uma manifestação para ficar de bem com os bolsonaristas.
Único deputado federal presente no ato na Capital, Dr. Ovando afirmou que ouviu um “clamor ensurdecedor”. “A sociedade brasileira mais uma vez se levanta, ocupando as ruas em defesa da justiça, da democracia e da liberdade. O clamor do povo é ensurdecedor: basta de abusos, basta de injustiças!”, afirmou o progressista.
Ele chamou de “cidadãos de bem” os condenados por terem invadido, depredado e destruído os prédios dos três poderes em Brasília. “Desde o 8 de Janeiro, testemunhamos penas desproporcionais contra cidadãos de bem—pais, mães, idosos e trabalhadores—simplesmente por exercerem seu direito de expressão. Pessoas foram presas e julgadas sem sequer terem cometido crimes”, afirmou o deputado do PP.
Quantos foram em Copacabana?
O público que participou do ato em Copacabana causou polêmica. O Monitor de Debater Político do Meio Digital, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), foram 18,3 mil pessoas. O número representa 2% do público previsto por Bolsonaro, que chegou a falar em 1 milhão.
O site Poder 360 estimou em 26 mil manifestantes, enquanto o Datafolha estimou 30 mil. A Polícia Militar do Rio de Janeiro, comandada pelo governador bolsonarista Cláudio Castro (PL), estimou 400 mil. Sem a participação de um milhão, o movimento pela anistia perde força no Congresso Nacional e a 1ª Turma do STF não terá constrangimento em aceitar a denúncia contra Bolsonaro em sessão marcada para o próximo dia 25.
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