A Operação Omertà teve mais uma troca de relator na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Agora o desembargador Waldir Marques é o responsável pelos pareceres de recursos ajuizados na segunda instância nas ações que envolvem figurões como os empresários Jamil Name Filho e Fahd Jamil, o Rei da Fronteira.
Waldir Marques tem fama de seguir a mesma linha implacável adotada pelo seu antecessor, o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, que se aposentou oficialmente no último dia 6 de março, após uma carreira de quase 40 anos dedicada à magistratura. A aposentadoria alterou a composição dos órgãos julgadores no TJMS.
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Antes de Luiz Gonzaga, o desembargador Carlos Eduardo Contar seria o responsável pelas ações derivadas do combate promovido pelo Gaeco e pelo Garras aos crimes ligados ao jogo do bicho no Estado, mas o ex-presidente do Tribunal de Justiça se declarou suspeito e declinou todas as ações da Omertà.
Contar alegou razões de foro íntimo após a publicação de notícias, como a participação na festa de 80 anos do poderosíssimo empresário Jamil Name, que também foi preso na Omertà e acabou morrendo atrás das grades em decorrência das complicações da covid-19, em junho de 2021.
Waldir Marques foi empossado desembargador do TJMS, em abril de 2024, para ocupar o cargo que era de Divoncir Schreiner Maran, aposentado após completar 75 anos, em meio ao escândalo da investigação da Polícia Federal na Operação Tiradentes, deflagrada em fevereiro do ano passado, que apura habeas corpus para o narcotraficante Gerson Palermo, no dia 21 de abril de 2020, em condições suspeitas.
Natural de Guararapes (SP), Marques é formado pela Faculdade de Direito de Araçatuba em 1981 e atuou como advogado por sete anos em São Paulo e Paraná. Ele ingressou na magistratura em 10 de janeiro de 1989.
Promovido para o cargo de desembargador devido ao critério de antiguidade, Waldir Marques atuou como juiz de segunda instância ao substituir desembargadores. Ele já chegou a atuar como relator da Operação Omertà e teve atuação decisiva na manutenção da prisão de Jamil Name.
Ele deverá manter a mesma linha de Luiz Gonzaga Mendes Marques, que também tinha fama de “carrasco” na 2ª Câmara Criminal.