O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL), ficou em silêncio e não respondeu a nenhuma pergunta no interrogatório na tarde desta segunda-feira (10) na 4ª Vara Criminal de Campo Grande. O corregedor da Assembleia Legislativa é réu em acusação de organização criminosa e exploração do jogo do bicho. A defesa afirma que o parlamentar é inocente e diz confiar em sua absolvição.
Conforme a ação penal derivada da Operação Sucessione, que tramita em sigilo, a suposta organização criminosa usou da violência, inclusive com roubos de malote, para assumir o controle do jogo do bicho na Capital, que ficou sem mandante após a Operação Omertà contra a família Name, ambas deflagradas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).
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A audiência de instrução e julgamento começou em novembro do ano passado. Apesar da complexidade do caso e do grande número de réus, o processo não tem sofrido atrasos. Nesta segunda-feira, foi realizado o interrogatório de Neno Razuk e demais réus que possuem mandado de prisão em aberto, em audiência comandada pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna.
Conforme apurado por O Jacaré, o deputado estadual ficou em silêncio e não respondeu aos questionamentos. A reportagem entrou em contato com o advogado André Borges, que defende o parlamentar, e apenas disse: “Processo se aproxima do final. Defesa confia na absolvição de Neno Razuk e nunca deixará de insistir nesse ponto fundamental”.
Antes da audiência de instrução e julgamento, a juíza May Melke Siravegna negou o pedido de revogação da prisão preventiva dos réus detidos desde a deflagração da Operação Sucessione, em 5 de dezembro de 2023.
Além de Roberto Razuk Filho, entre os acusados estão Diego de Sousa Nunes, Mateus Aquino Junior, Valnir Queiroz Martinelli, Manoel Jose Ribeiro, Taygor Ivan Moretto Pelissari e Gilberto Luis dos Santos e outros. Santos é o major da reserva da Polícia Militar conhecido como “G Santos”, que foi preso quando era assessor do deputado estadual.
May Melke Siravegna aceitou a denúncia em fevereiro deste ano e, após manifestação das partes, considerou não haver nenhum dos motivos estabelecidos pelo Código Penal para a absolvição sumária dos acusados.