A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, vai interrogar o deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) na ação sobre organização criminosa e exploração do jogo do bicho. Além de manter o interrogatório, conforme o despacho publicado nesta segunda-feira (10), a magistrada manteve a prisão preventiva de nove integrantes do grupo do parlamentar.
O corregedor da Assembleia Legislativa foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) na Operação Sucessione. Conforme a ação penal, que tramita em sigilo, a suposta organização criminosa usou da violência, inclusive com roubos de malote, para assumir o controle do jogo do bicho em Campo Grande, que ficou sem mandante após a Operação Omertà contra a família Name.
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A audiência de instrução e julgamento começou em novembro do ano passado. Apesar da complexidade do caso e do grande número de réus, o processo não tem sofrido atrasos. “Some-se a isso, o fato de estarem os atos processuais sendo praticados dentro dos prazos, a despeito da complexidade da ação penal, com 15 réus e diversos patronos, bem como estar a audiência de continuação designada para o dia 10 de março de 2025, às 13h30min, oportunidade em que será realizado o interrogatório do réu Roberto Razulk Filho e demais réus que possuem mandado de prisão em aberto”, pontuou a magistrada.
A juíza também negou o pedido de revogação da prisão preventiva dos réus detidos desde a deflagração da Operação Sucessione, em 5 de dezembro de 2023. “Assim, mantenho a prisão preventiva dos acusados DIEGO DE SOUSA NUNES, DIOGO FRANCISCO, EDILSON RODRIGUES FERREIRA, JULIO CEZAR FERREIRA DOS SANTOS, GILBERTO LUIS DOS SANTOS, MATEUS AQUINO JÚNIOR, MANOEL JOSE RIBEIRO, VALNIR QUEIROZ MARTINELLI e WILSON SOUZA GOULART, pelos mesmos fundamentos da decisão que as decretou, mormente a garantia da ordem pública, em razão do perigo gerado pelo estado de liberdade dos investigados, bem como por conveniência da instrução processual e aplicação da lei penal. Pelos mesmos fundamentos, entendo incabível a substituição das prisões preventivas por medidas cautelares diversas da prisão ou por prisão domiciliar”, afirmou May Melke.
O deputado bolsonarista negou ter participação nos crimes.