Apontado como negociador de vantagens indevidas para vereadores e peça-chave na Operação Coffee Break, Fábio Portela Machinsky reapareceu em processo de improbidade. Um ano após a investigação do Ministério Público Estadual, o empresário informou à Justiça ter se mudado para a cidade de Luque, no Paraguai, em busca de novas oportunidades de negócios, em 2016.
Neste período, a 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos aceitou a denúncia contra 24 acusados de articular o golpe para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP) em 12 de março de 2014. Eles podem ser condenados a pagar indenização de R$ 25 milhões aos cofres públicos. A denúncia foi desmembrada em relação a Fábio Machinsky e outros réus foram se livrando pelo caminho.
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No entanto, desde setembro de 2016 a Justiça não conseguiu notificar o empresário em diversas etapas do processo nem por edital, o último prazo vencido em dezembro do ano passado. No início deste ano, a situação mudou.
Em despacho de 28 de fevereiro, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa informou que Fábio Portela Machinsky, representado pelo seu advogado, reapareceu para responder ao processo. O magistrado determinou que a defesa do empresário deve apresentar nova manifestação com base nas mudanças na Lei de Improbidade Administrativa.
De acordo com a denúncia do MPE, Fábio Machinsky, também chamado de “Fabão” nas gravações interceptadas, era representante do empresário João Roberto Baird, dono da Itel Informática.
Fábio, o então vice-prefeito Gilmar Olarte (Pros) e o então presidente da Câmara, vereador Mario César (MDB), prometeram vantagens indevidas a vereadores para cassar Bernal
Olarte assumiu a prefeitura em março de 2014. No mês seguinte, o Diário Oficial de 2 de abril trouxe a nomeação de Fábio para exercer cargo em comissão de gerente da Gerência de Administração e Finanças, no IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação).
Em abril de 2016, o empresário comunicou à Receita Federal sobre sua mudança para o Paraguai, onde virou sócio de uma empresa.