A prefeita de Mundo Novo, Rosária de Fatima Ivantes Lucca Andrade (PSDB), nomeou Jusmar Martins da Silva como fiscal da Vigilância Sanitária da cidade. O ex-secretário municipal de Agricultura foi condenado a 18 anos por ter sido considerado o mandante da morte da prefeita Dorcelina Folador (PT), em outubro de 1999.
Dorcelina assumiu a prefeitura de Mundo Novo em janeiro de 1997, mas o mandato terminou de forma trágica em 30 de outubro de 1999. Ela foi morta a tiros na varanda de casa, aos 36 anos. O assassinato foi encomendado por Jusmar e cometido pelo pistoleiro Getúlio Machado, que confessou o crime e disse que receberia R$ 35 mil pelo homicídio.
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O crime completou 25 anos em outubro do ano passado. Meses depois, em fevereiro de 2025, Jusmar Martins da Silva foi nomeado como fiscal da Vigilância Sanitária pela prefeita Rosária. O contrato começou a valer no dia 17 e terminará em 30 de novembro deste ano, conforme o Campo Grande News. A página do Diário Oficial de Mundo Novo estava fora do ar quando consultada pela reportagem, na tarde desta sexta-feira (7).
O salário do mandante do assassinato de Dorcelina será de R$ 2.480,55. A prefeita Rosária Lucca Andrade não se manifestou sobre a nomeação de Jusmar Martins da Silva, na véspera do Dia Internacional da Mulher, 8 de março.
Dorcelina nasceu no dia 27 de julho de 1963, em Guaporema, no Paraná. Chegou a Mundo Novo em 1976, onde iniciou sua atuação na Pastoral da Juventude em 1980. Em 1987, ajudou a fundar o PT, se candidatou a vereadora, e depois foi eleita prefeita. Ela também ajudou a fundar a Associação Mundonovense dos Portadores de Deficiência Física (AMPDF).
Foi professora, poeta, artista plástica e em 1989 se engajou na luta pela terra no Estado do MS, militando no MST e fazendo parte da direção estadual desse movimento.
O dirigente nacional do MST em Mato Grosso do Sul e um dos fundadores da Via Campesina, Egídio Brunetto, falecido em 2011, após o assassinato contou que Dorcelina era conhecida pela ‘limpeza’ que fez na administração do município e por romper com grupos criminosos ligados ao poder público, na região. “Ela fez uma administração voltada ao interesse público e mexeu com a máfia da fronteira”, contou Brunetto.