Primeira mulher eleita prefeita na história de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), vai enfrentar protesto neste sábado (8), quando se comemora o Dia Internacional da Mulher. A manifestação é contra falhas na Casa da Mulher Brasileira, administrada pelo município, e a falta de uma secretaria específica para atender o público feminino.
Neste sábado, a partir das 9h, em frente ao Paço Municipal, mulheres farão um protesto contra o feminicídio e vão colocar oito cruzes para lembrar as vítimas de 2025, como a jornalista Vanessa Ricarte, que foi assassinada a facadas pelo ex-noivo após não ter escolta da Patrulha Maria da Penha ao voltar para casa e tentar expulsar o agressor sozinha.
Veja mais:
Na contramão, Adriane descarta falha da Patrulha Maria da Penha no feminicídio de Vanessa
Em carta sobre Vanessa, DEAM ataca “agressões morais” e “sensacionalismo” da mídia
Ministra quer gestão compartilhada, gravação de atendimentos e informatizar Casa da Mulher
“Por Vanessa Ricarte, Gisele, Karina, Juliana, Mirielle, Emiliana, Aline e Gabriela”, diz o convite para o protesto, assinado pelos Juristas pela Democracia, CUT (Central Única dos Trabalhadores), MSM (Mulheres Sem Medo), TEZ, entre outras instituições.
“Nós do movimento Juristas pela Democracia, assim como as demais entidades organizadoras do ato, bem como grande parte da sociedade sul-mato-grossense, estamos indignados com o descaso que as mulheres vítimas de violência vêm sofrendo por parte do poder público, que deveria ampará-las e protegê-las”, afirmou a advogada Giselle Marques, do grupo Juristas pela Democracia.
“Por isso estaremos cravando no canteiro central da Avenida Afonso Pena, às 9 horas do dia 8 de Março, oito crucifixos, cada um deles representando uma vida de mulher que foi ceifada neste início de 2025, vítimas de feminicídio aqui no Mato Grosso do Sul. Queremos chamar a atenção das autoridades para a necessidade de implementar a rede de proteção com eficiência, a partir de cursos de capacitação sobre equidade de gênero, conteúdo transversal nos currículos das escolas, e priorizar que o atendimento às mulheres vítimas de violência seja feito por mulheres”, alertou.
O ato será em frente à prefeitura para destacar as falhas de Adriane Lopes na implementação de políticas de proteção às mulheres. “Embora tenha sido construída por iniciativa da então presidente da República Dilma Rousseff, a gestão da Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande é realizada pela Prefeitura Municipal, por meio do órgão gestor das políticas públicas para as mulheres”, explicou.
“E a atual prefeita municipal está falhando na gestão da Casa da Mulher Brasileira”, criticou. “Estamos também reivindicando a criação da Secretaria Municipal de Mulheres em Campo Grande”, cobrou. A secretaria foi extinta pela reforma administrativa de Adriane, que optou por criar mais duas secretarias políticas, como Casa Civil e Articulação Regional.