A Eldorado Brasil Celulose teve aumento de 10% na receita líquida em 2024, mas acabou com queda de 53% no lucro, segundo o balanço do 4º trimestre divulgado nesta terça-feira (25). Apesar da queda expressiva, o ganho líquido ficou em R$ 1,096 bilhão, um dos motivos da guerra fraticida pelo controle da companhia entre os irmãos Batista, donos da JBS, e do indonésio Jackson Widjaja, da Paper Excellence.
No comunicado aos investidores, a companhia informou que teve faturamento de R$ 6,373 bilhões no ano passado, o que representa acréscimo de 10% em relação aos R$ 5,756 bilhões de 2023.
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A produção de celulose ficou praticamente estável, em R$ 1,786 milhão de toneladas, contra 1,784 milhão de toneladas do ano anterior. O montante é 20% superior a capacidade nominal da fábrica, que é de 1,5 milhão de toneladas por ano.
No ano passado, o preço médio da celulose foi de US$ 580 a tonelada. A empresa acabou beneficiada com a alta de 28% no câmbio, já que o dólar oscilou de R$ 4,84 para R$ 6,19 entre 2023 e 2024.
Localizada em Três Lagoas, a gigante da celulose segue no centro da disputa comercial entre a Paper e a J & F Investimentos, dos empresários Joesley e Wesley Batista. A multinacional indonésia ganhou a disputa na Câmara Arbitral Internacional, mas a mudança de controle esbarrou em decisões da Justiça brasileira em todas as instâncias.
O Incra se manifestou pela anulação do negócio porque a venda de empresa dono de grande quantidade de terras a estrangeiros precisa do aval do órgão e do Congresso Nacional. A Eldorado planeja construir uma segunda linha em Três Lagoas, com capacidade para 2,5 milhões de toneladas, mas o investimento de R$ 25 bilhões segue emperrado por causa da disputa entre os dois grupos.