A denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) por chefiar organização criminosa e por tentativa de dar um golpe de Estado em 2022 causou revolta nos bolsonaristas mais fieis classificaram como perseguição política. Menos efusiva, a senadora Tereza Cristina (PP) postou que é solidária ao ex-presidente e pede que “justiça possa prevalecer”.
Já ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), classificou a ação penal protocolada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, como “robusta e irrefutável”. Pelo PT, uma das poucas a comemorar foi a deputada federal Camila Jara, que disse ser possível agora Bolsonaro saber o que é democracia.
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No documento, Gonet afirma que o grupo criminoso agiu com violência e grave ameaça para impedir o funcionamento dos Poderes da República e para tentar depor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a acusação, Bolsonaro contou com o auxílio de aliados, assessores e generais para “deflagrar o plano criminoso”, que teria ocorrido por meio de divulgação de desinformação contra urnas eletrônicas, afronta às decisões do Supremo e incentivo ao plano golpista, entre outras acusações.
Apoio dos governistas
“Denúncia robusta e irrefutável. O documento aponta que Bolsonaro e Braga Neto lideraram a tentativa de golpe”, afirmou Simone Tebet, de acordo como site Poder 360. A ex-senadora se destacou pela oposição ao ex-presidente na CPI da Covid e como candidata a presidente da República em 2022.
“São 34 pessoas denunciadas, 272 páginas de denúncia e 1 pergunta: será que o ex-presidente finalmente vai entender que democracia não é jogo de tabuleiro?”, postou Camila, com uma foto de que Bolsonaro será preso por causa da tentativa de golpe.
Medo e teatro
Já os bolsonaristas reagiram com duras críticas à denúncia do procurador-geral da República. “SINTO O CHEIRO DE MEDO! Mais uma injustiça sendo orquestrada contra Bolsonaro. Não é necessário ter mais de 2 neurônios para entender que nada disso tem fundamento, é pura perseguição!”, reagiu Marcos Pollon.
Com uma foto ao lado de Bolsonaro, Rodolfo Nogueira apelou o versículo bíblico repetido a exaustão pelos bolsonaristas desde a campanha eleitoral de 2018. “Vamos para mais um João 8:32 🙏🏻🇧🇷 Venceremos mais essa batalha”, comentou.
Mais enfático, o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) acusou o STF, apesar da denúncia ter sido protocolada pelo chefe do MPF. “Mais um ato de uma peça teatral! Para existir um crime, é preciso apurar fatos, confirmar as denúncias e mostrar as provas. Não podemos aceitar os excessos cometidos pelo STF, precisamos de provas para que um cidadão seja punido, seja ele quem for”, pontuou. ““NÃO HÁ GOLPE SEM ARMAS”, rebateu.
Menos efusiva na defesa, a senadora Tereza Cristina postou uma mensagem protocolar de apoio, mas sem desqualificar a denúncia. “Nenhuma ação contra o presidente Bolsonaro ofusca ou diminui sua incontestável liderança popular. Sou solidária a mais este momento difícil que ele e sua família enfrentam, com fé e disposição de luta. Que a justiça e a verdade possam prevalecer”, torceu a ministra.
Ex-candidato a governador em 2022 e abandonado por Bolsonaro no 2º turno, Capitão Contar (PRTB), manteve a solidariedade ao ex-presidente. “Sabemos que a perseguição é implacável. Mas a verdadeira justiça prevalecerá. Seguimos ao seu lado, presidente! Lutando pela justiça e pela verdade”, frisou.
Silêncio
Até o momento não houve manifestação da prefeita Adriane Lopes (PP), que lutou pelo apoio de Bolsonaro no ano passado e acabou conseguindo no segundo turno. Também não houve manifestação do deputado federal Beto Pereira (PSDB), que teve o apoio do ex-presidente no primeiro turno, e do senado Nelsinho Trad (PSD), que cogita ir para o PL para ter o apoio de Bolsonaro à reeleição no Senado.
Atenta aos movimentos da política e crítica de Bolsonaro, a ex-bolsonarista Soraya Thronicke (Podemos) também ainda não falou nada sobre a denúncia.