Em meio a rebelião das delegadas, que colocaram o cargo a disposição, o Governo do Estado criou um grupo de trabalho, composto por 19 delegados, para realizar um mutirão na DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) de Campo Grande. O esforço contará com 19 delegados e visa dar uma resposta a comoção causada pelo feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte.
A polêmica começou após a divulgação de áudio da jornalista, antes de ser assassinada, reclamando do atendimento das delegadas da DEAM, da negativa de escolta para voltar para casa e sozinha tentar retirar o agressor. Ela foi assassinada pelo noivo, Caio César Pereira, 35.
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Nesta quinta-feira (20), o delegado-geral da Polícia Civil, Lupérsio Degerone Lúcio, criou o GT para realizar um mutirão na delegacia e analisar 6 mil boletins de ocorrência. O objetivo do grupo é aperfeiçoar o atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar. A medida visa promover maior eficiência e celeridade na apuração dos crimes contra a mulher.
“Este grupo de trabalho representa nosso compromisso em garantir um atendimento cada vez mais qualificado e eficiente às mulheres vítimas de violência. Buscamos aprimorar nossos procedimentos e fluxos de trabalho para que possamos oferecer um serviço de excelência, com a celeridade e a sensibilidade que esses casos exigem”, afirmou Degerone.
Em 10 anos de criação da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, a primeira do Brasil, a DEAM já registrou quase 80.000 boletins de ocorrência. De todos os autores de feminicídio cometidos na capital nesse período foram identificados, indiciados e presos e, somente um, encontra-se foragido.
O delegado-geral só não informou como fica a situação as delegadas responsáveis pelo atendimento da jornalista no dia do crime. Em nota, a equipe da DEAM criticou o sensacionalismo e os ataques feitos pelo imprensa.