O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou dois militares ligados a Mato Grosso do Sul por integrar a organização criminosa com Jair Bolsonaro (PL) e articularem um golpe de Estado em 2022. Um 3º militar será alvo de ação penal a parte. Nesta terça-feira (18), o PGR denunciou o ex-presidente da República por atentar contra a democracia e não aceitar o resultado das eleições de 2022.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas foram denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A acusação também envolve outros militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
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O coronel Bernardo Romão Corrêa, ex-comandante do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada em Bela Vista (MS), foi denunciado por articular com outros militares reunião e carta para pressionar o comando do Exército a aderir à proposta de Bolsonaro para dar o golpe de Estado. Romão faz parte do grupo de especialistas destacado na denúncia enviada ao STF por Gonet.
Ele articulou uma reunião com interagentes das Forças Especiais do Exército e divulgou uma carta para pressionar o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a aderir ao plano de dar golpe. Gonet cita mensagens trocadas com o então ajudante de ordens, Mauro Cid, e outros militares. A carta foi divulgada pelo jornalista Paulo Figueiredo, do programa Pingo nos Is da Jovem Pan.
“No dia 26.11.2022, às 12h48, o Coronel BERNARDO ROMÃO CORRÊA NETTO, então Assistente do Comandante Militar do Sul, enviou mensagem, pelo WhatsApp, ao Coronel FABRÍCIO MOREIRA DE BASTOS: ‘resolvi tomar uma iniciativa e conto com o apoio do NILTON para isso. Reunir alguns FE em funções chaves para termos uma conversa sobre como podemos influenciar nossos chefes. Para isso vamos fazer uma reunião”, contou o militar.
Já o major Sérgio Ricardo Cavaliére de Medeiros, que chegou a ser processado pela prefeitura da Capital por dever IPTU, é citado como participante da articulação do golpe. Em depoimento à PF, ele confirmou que Bolsonaro tinha conhecimento e dado aval ao plano golpista.
O 3º integrante de MS, o general de brigada Laércio Vergílio, é citado no documento, mas será alvo de denúncia a parte. Ele também aparece pressionando o comando do Exército a aderir ao golpe de Estado.