“Fiquei profundamente impactado e indignado”, afirmou o governador Eduardo Riedel (PSDB), sobre o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, o 1º deste ano em Campo Grande. Servidora do Ministério Público do Trabalho, ela foi morta a facadas pelo ex-noivo, Caio Nascimento Pereira, 35 anos, nesta quarta-feira (12) no Bairro São Francisco.
Em vídeo disponibilizado nas redes socias, o tucano lamentou o assassinato da jornalista e estendeu a solidariedade a todas as famílias que perderam entes queridas para o feminicídio no Estado.
Veja mais:
Corregedoria afasta juiz investigado por vida de luxo com compra de avião e fazenda de R$ 30 milhões
Juiz culpa advogada de vítima por liberar R$ 5,5 mi e sacramentar golpe em aposentado
Paulo Afonso diz que “não tem avião nem fazenda de R$ 70 mi” e aponta “equívocos” da PF
Outros políticos também lamentaram. “Vanessa Ricarte, uma mulher, uma jornalista, uma voz, silenciada pelo feminicídio. ATÉ QUANDO? Ela fez tudo que dizem que uma mulher deve fazer para se proteger: denunciou, pediu medida protetiva, buscou ajuda. E mesmo assim foi brutalmente assassinada pelo ex”, lamentou a deputada federal Camila Jara (PT).
“A segunda vítima de feminicídio deste ano em MS. Mais uma vítima de um sistema falho que não impede que mulheres sejam mortas! Medida protetiva sem fiscalização é só papel. Justiça que não age rápido é sentença de morte! Chega de contar corpos! Queremos políticas públicas eficazes, monitoramento dos agressores e segurança real para as mulheres! E se a polícia tivesse acompanhado Vanessa no retorno para casa?”, questionou a petista.
“É com imensa tristeza que tomei conhecimento do falecimento da jornalista Vanessa Ricarte, ocorrido ontem, vítima de feminicídio por seu companheiro, o músico Caio Nascimento”, pontuou a deputada estadual Mara Caseiro (PSDB).
“Vanessa, aos 42 anos, era uma mulher vibrante, comunicativa e apaixonada por livros e pela sua profissão. Como toda mulher, ela sonhava em amar e ser amada. Infelizmente, sua vida foi brutalmente interrompida por três facadas na altura do coração, levando-a a falecer na Santa Casa de Campo Grande”, lamentou a deputada.
A ex-deputada federal e ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), também se manifestou nas redes sociais. “Quantas mais irão morrer? Quantos outros Feminicídios vamos ter que contar?”, indignou-se.
“Minha indignação diante de mais um Feminicídio em nossa Capital. Não merecia! Nenhuma de nós merece, nenhuma mulher deveria morrer somente pelo fato de ser mulher e buscar o seu caminho, a sua liberdade e sua dignidade”, enfatizou Rose.
“Temos leis, rede de proteção, amparo jurídico, mas parece que nada pode impedir o agressor, nem mesmo sabendo que agora é Lei a pena mínima para Feminicídio, sem progressão da pena e sem as saidinhas. Mudanças propostas pelo nosso mandato de deputada federal. O que mais devemos fazer?”, questionou.
“Nossa indignação com mais um caso de Feminicídio em nosso estado! É triste saber de mais uma mulher morta brutalmente e covardemente em Mato Grosso do Sul, desta vez na capital”, destacou o deputado estadual Rinaldo Modesto, o Professor Rinaldo (Podemos).
O crime
Vanessa estava morando junto com Caio há quatro meses. Na madrugada desta quarta-feira, ela chegou a registrar queixa contra o músico na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e pediu medida protetiva.
Ao buscar as coisas na casa, por volta das 16h30 de ontem, ela acabou encontrando o ex-noivo. Caio desferiu três facadas na altura do coração da jornalista. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e morreu na Santa Casa de Campo Grande.
A Polícia Militar prendeu o assassino, que não teria apresentado resistência.
De acordo com o Midiamax e o Campo Grande News, o músico tem uma extensa ficha policial por violência doméstica e agressão contra mulheres.
O feminicídio de Vanessa Ricarte ocorre a menos de um mês do Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e quando o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, órgãos governamentais e organizações da sociedade civil intensificam a campanha #todosporelas, justamente para combater o feminicídio.