dO vereador André Salineiro (PL) cogita assinar a CPI do Consórcio Guaicurus e garantir a 10ª assinatura, o mínimo necessário para instaurar uma comissão parlamentar de inquérito na Câmara Municipal de Campo Grande. Essa é a 4ª tentativa dos vereadores da Capital, após três fracassos, de investigar as quatro empresas de ônibus, que atuam há décadas na cidade.
Apesar da indignação da população com o grupo empresarial, que não cumpre contrato, presta um péssimo serviço, recebe subsídios milionários e ainda cobra a 10ª maior tarifa no país, não há poder capaz de enfrentar o consórcio e obriga-lo a cumprir o contrato e respeitar os usuários do transporte coletivo.
Veja mais:
PT apoia criação da CPI do Consórcio Guaicurus e quer tirar de Adriane poder sobre reajuste na tarifa
Tucano ouve o povo e 98% apoiam criação de CPI para investigar Consórcio Guaicurus
Prepare o bolso: Adriane cumpre decisão judicial e tarifa de ônibus vai a R$ 4,95 na Capital
O requerimento para criar a CPI do Consórcio Guaicurus foi proposto pelo vereador Junior Coringa (MDB). Até o momento, oito vereadores manifestaram a intenção de apoiar a CPI: Flávio Cabo Almi (PSDB), Ana Portela e Rafael Tavares, do PL; Landmark Ferreira, Luiza Ribeiro e Jean Ferreira, do PT; Fábio Rocha (União), Maicon Nogueira (PP) e Coringa.
A 10ª assinatura deverá ser de Salineiro, que volta ao legislativo neste ano após ser candidato a vice-prefeito na chapa do Procurador Sérgio Harfouche (Avante) em 2020. “IREI SIM, POIS OS VEREADORES QUE INICIARAM A PROPOSITURA SE COMPROMETERAM EM INDICAR O FATO DETERMINANTE E OBJETO DELA NESTA SEMANA”, frisou o parlamentar, em conversa por aplicativo.
“Ressaltei inclusive a vontade em fazer parte da comissão investigatória. Mas volto a afirmar que precisa ter fator determinante para não ser apenas palanque político. CPI é coisa séria e precisa começar certo para acabar com real entrega à população”, ponderou o liberal.
Por outro lado, o vereador disse que reconhece os problemas. “O consórcio precisa cumprir as obrigações impostas no contrato e a prefeitura fazer a sua parte também. Existe muitas demandas que são responsabilidade da prefeitura como por exemplo manutenção dos terminais e pontos de ônibus, que é uma constante por parte do usuário do transporte público”, afirmou.
Na legislatura passada, 13 vereadores assinaram o requerimento para instalar a CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, mas o então presidente, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), livrou o grupo do constrangimento e, numa canetada, sepultou a proposta de investigação. Na época, ele alegou que não havia “fato determinante”.
Papy também já sinalizou que não apoia a criação da CPI. É real o risco da investigação ser arquivada novamente e a Câmara, mais uma vez, fazer ouvidos moucos para o clamor popular contra o consórcio.