O piso nacional dos professores subiu para R$ 4.867,77 em 2025, um reajuste de 6,27% em relação ao piso do ano passado, que era de R$ 4.580,57. A portaria que define o novo piso salarial dos professores da educação básica foi publicada na sexta-feira (31), no Diário Oficial da União.
Aos que cumprem carga horária de 40 horas semanais, o valor está abaixo do que é pago pela Prefeitura de Campo Grande e pelo Governo do Estado. Há questões pendentes, porém, em relação aos que trabalham 20 horas na Capital, e de equiparação salarial entre contratados e efetivos a nível estadual.
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Como os salários dos professores são pagos pelas redes locais de ensino, cada estado e município precisa oficializar o valor por meio de norma própria. O piso nacional do magistério representa o salário inicial das carreiras do magistério público da educação básica para a formação em nível médio.
Na Capital, os professores Reme em início de carreira que trabalham 40 horas por semana e com nível médio recebem atualmente R$ 5.416,78, enquanto os do Estado, R$ 8.253,77. Já para os profissionais com ensino superior esses valores saltam para R$ 8.125,17 e R$ 12.380,66, respectivamente.
No entanto, existem demandas a serem atendidas em relação aos professores com carga horária de 20 horas semanais, em Campo Grande, e aos docentes com contratos temporários no Governo do Estado.
A prefeita Adriane Lopes (PP) pactuou com os professores da Rede Municipal de Ensino uma lei referente à integralização do valor do piso nacional do magistério por 20 horas, em outubro de 2023. Naquele ano, os subsídios desta categoria foram reajustados em 14,95%.
A partir de 2025, todo mês de setembro até 2028 serão concedidos reajustes cujos percentuais são de 12%, 14%, 15,79% e 10,39%, além da reposição de 100% da correção anual do piso nos meses de maio.
Já os professores contratados pelo Governo do Estado brigam para que haja equiparação salarial com os efetivos, aprovados em concurso público, o que, inclusive, foi promessa de campanha do governador Eduardo Riedel (PSDB).
Atualmente, conforme a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), um professor concursado ganha R$ 12,3 para jornada semanal de 40 horas, enquanto o contratado recebe R$ 7.020, o equivalente a 56,7% do valor pago ao efetivo. Na prática, o primeiro ganha um salário 76% maior.
Em 2024, Riedel concedeu reajuste de 15% aos professores contratados. Em entrevista a O Jacaré, o governador fez um balanço no fim do ano e afirmou que pretende manter a política para igualar os salários.
Os professores da rede estadual tinham o mesmo salário até julho de 2019, quando Reinaldo Azambuja (PSDB) propôs pagar metade ao docente contratado sem concurso. Cerca de 70% dos professores da rede estadual não são efetivos e recebem um salário inferior.
Por outro lado, o valor de R$ 7.020 ainda é maior que o valor pago por 62 municípios de Mato Grosso do Sul. No ranking estadual, o valor pago ao efetivo é o maior do Estado, enquanto o não concursado tem o 19º maior salário.