Um movimento na Cãmara Municipal vai tentar, de novo, instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o poderoso e influente Consórcio Guaicurus, responsável pelo péssimo serviço de transporte coletivo em Campo Grande. Apesar das deficiências e da gritaria da população, o grupo não cumpre contratos, ganha uma fortuna dos cofres públicos e nunca é punido.
A última tentativa de criar uma CPI na Câmara teve o apoio de 13 vereadores, mais que o mínimo necessário. No entanto, o então presidente do legislativo, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), sepultou o movimento para investigar as empresas de ônibus em uma canetada. Na época, ele alegou que não havia fato determinando.
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Desta vez, para não fracassar novamente, o vereador Junior Coringa (MDB) colocou a assessoria jurídica para encontrar o tal fato determinado entre as dezenas de queixas da população.
“Estamos buscando o compromisso dos colegas vereadores e embasamento jurídico sólido para apresentar um requerimento bem fundamentado, com um fato determinado que justifica a instalação da CPI”, admitiu Coringa.
Até o momento, a CPI tem o compromisso de sete vereadores: Ana Portela e Rafael Tavares, do PL; Fábio Rocha (União); Jean Ferreira, Luiza Ribeiro e Landmark, do PT; e Maicon Nogueira (PP). Com o autor da proposta, já são oito vereadores.
Maicon é aliado da prefeita Adriane Lopes (PP) e pode ser obrigado a recuar, já que nenhum outro vereador do seu partido sinalizou que apoiará a investigação.
A investigação do consórcio, que foi formado em 2012, no último ano da gestão de Nelsinho Trad (PSD) e meio a suspeita de cartas marcadas, conforme delação premiada feita no Gaeco do Paraná, nunca avançou em Campo Grande.
Até o Tribunal de Contas do Estado destacou que o Consórcio Guaicurus não cumpre o contrato de concessão. O MPE denunciou o grupo à Justiça e tentou anular a concessão, mas a tentativa não teve êxito.
E ainda assim, as empresas controladas pela família Constantino seguem impunes e sem garantir a qualidade no transporte coletivo.