O deputado federal Marcos Pollon (PL) apresentou requerimento com pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o que chama de “imprensa marrom”. O parlamentar de Mato Grosso do Sul decidiu tomar essa atitude por insatisfação com a cobertura da imprensa sobre a polêmica gerada pelas normas com mudanças na fiscalização do Pix. O bolsonarista critica os “ataques” sofridos pelo colega Nikolas Ferreira (PL-MG).
Pollon também avisa que deve começar a processar desafetos no Jornalismo, além de notificar mais veículos que entenda praticar “fake news” da sua vida pessoal, ou atividade política. O deputado requisitou um estudo técnico sobre matérias publicadas que relataram a sua história recente, e ainda promete uma verdadeira cruzada no combate ao que considera “imprensa marrom”.
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“É pertinente a discussão e passarmos a limpo tudo isso, pois trata-se de uma indústria, que gira muito dinheiro público a partir das encomendas de assassinato de reputação. Às vezes, de forma acintosa, ou em muitas vezes com esse fenômeno da republicação alienana da mentira”, argumenta Marcos Pollon.
“Um veículo de audiência cria um fato notícia, interpreta a realidade como quer, põe no ar, e aí um monte de jornais vão na mesma onda. Errado! Por isso essa solicitação para que exista mais transparência nesse mercado e responsabilizações mais claras, preservando sempre a liberdade de expressão, mas o sensacionalismo não é respeitoso, muito menos informativo”, prossegue o parlamentar.
Para que seja instalada a CPI, é necessário a assinatura de 171 deputados federais. Pollon avisa que pessoalmente deve conversar com muitos colegas, inclusive de outros partidos, para que a investigação aconteça, já que “o problema é sistêmico no país”, segundo o bolsonarista.
O deputado federal Marcos Pollon avalia que ficou clara a “distorcividade percebida” em diversas empresas da cobertura diária, quanto a polêmica das novas normas instituídas pela Receita Federal de fiscalização do PIX, que acabaram revogadas pelo governo federal.
“E ainda querem restringir a liberdade de expressão, imagina se não houvesse como o cidadão questionar esses absurdos? Ficou vergonhoso como, neste episódio, a imprensa se portou na linha de assessoria do Lula, atacando o Nikolas e tentando descredibilizar a oposição quanto à norma da Receita. Deu ruim! Depois dessa e do que acontece com vários deputados da direita é preciso uma CPI”, diz Pollon.
Diante da onda de fake news, a principal delas a respeito de cobranças de taxas sobre transações com Pix, a Receita Federal revogou o ato normativo que estendeu o monitoramento das transações aos bancos digitais, fintechs e instituições de pagamento. No lugar, o governo editou uma medida provisória para proibir a cobrança diferenciada por transações em Pix e em dinheiro.
A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Polícia Federal para investigar os responsáveis pela onda de fake news relacionadas à taxação do Pix. O órgão também solicitou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça investigue cobranças adicionais abusivas por comerciantes que estabeleceram preços diferenciados entre o Pix e o dinheiro.
A AGU identificou pelo menos dois tipos de crimes. O crime contra a economia popular e o crime de estelionato e falsidade ideológica por fraudadores que usaram mensagens falsas com os símbolos da Receita Federal, do Ministério da Fazenda e do governo federal para cobrarem falsos impostos sobre a utilização do Pix.