A eleição do novo presidente do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro. Faltando praticamente duas semanas, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) é considerado favorito absoluto para retornar ao comando da Casa Alta do Congresso Nacional, com apoio de bancadas que somam 69 parlamentares, sendo necessário 41 votos para ser o vencedor.
Anunciada pelo Podemos como candidata, em março do ano passado, a senadora Soraya Thronicke é tratada como carta fora do baralho por analistas políticos e congressistas. Em postagem nas redes sociais, em 9 de janeiro, a parlamentar sul-mato-grossense defendeu “uma presidência independente”. Desde então, entretanto, ela tem focado mais em temas ligados à CPI das Bets, da qual é relatora.
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Nos últimos dias, Soraya tem participado de diversas agendas públicas pelo Estado. Nesta quinta-feira (16), esteve com o governador Eduardo Riedel (PSDB) em solenidade de entrega de 23 novos veículos à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) e na apresentação de 29 novos médicos-veterinários, aprovados em concurso, que atuarão como fiscais estaduais agropecuários.
Enquanto isso, o jornal Folha de S.Paulo apontou até a Mesa Diretora a ser formada com a vitória de Davi Alcolumbre, tendo como vice-presidente Eduardo Gomes (PL-TO). O favorito se comprometeu a dividir os cargos de acordo com o tamanho de cada um dos partidos. O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve ficar com a segunda-vice-presidência no Senado, com Humberto Costa.
A primeira-secretaria deve ficar com o PSD, dono da maior bancada. Com 15 senadores, o partido deve emplacar Daniela Ribeiro (PB) como primeira-secretária e Otto Alencar como presidente da comissão mais importante, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), segundo a Folha.
Os outros cargos da Mesa Diretora do Senado também estão praticamente fechados, de acordo com congressistas envolvidos nas negociações. O senador Confúcio Moura (RO) deve ser indicado pelo MDB para a segunda secretaria. Com a terceira maior bancada (atrás do PSD e do PL), a sigla também deve comandar a segunda principal comissão, a de Assuntos Econômicos, com Renan Calheiros (AL).
Conforme o jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, além de Alcolumbre, hoje mais três nomes insistem em candidaturas: os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP). O nome de Soraya Thronicke não foi citado, apenas a do colega de partido.
A expectativa, no entanto, é de que, juntos, caso mantenham suas candidaturas, o trio reúna no máximo 15 votos. Já o grupo político do senador Davi Alcolumbre acredita que o parlamentar reunirá ao menos 60 votos para o comando do Senado Federal, pois detém o apoio de oito partidos.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da senadora Soraya Thronicke sobre a manutenção de sua candidatura à presidência do Senado, mas não houve resposta até a publicação deste texto.