A gestão do prefeito Marçal Filho (PSDB) anunciou, nesta quinta-feira (16), que a Prefeitura de Dourados está com R$ 169,5 milhões em dívidas e possui apenas R$ 14 milhões em caixa. Além disso, o município precisa honrar pagamentos indispensáveis de R$ 58,6 milhões, neste mês de janeiro, sendo que R$ 52 milhões são com a folha de pagamento dos servidores.
A secretária municipal de Fazenda, Suelen Nunes Venâncio, afirmou que a administração de Allan Guedes (PP) deixou como herança R$ 156 milhões em dívidas previdenciárias e precatórios, mais R$ 13 milhões de restos a pagar, que são gastos empenhados pela gestão anterior para próximo chefe do Executivo colocar em dia, outros R$ 9 milhões de encargos e consignação sobre a folha salarial paga em dezembro e R$ 1,25 milhão de dívidas com a Fundação de Serviços de Saúde.
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“Até o dia 15 de janeiro o município tinha R$ 14 milhões em caixa, ou seja, faltam R$ 38 milhões para honrar os compromissos financeiros de janeiro”, explicou a secretária Suelen Venâncio.
A titular de Finanças disse que o prefeito Marçal Filho elegeu a folha salarial como prioridade neste “momento crítico”. Cerca de 700 servidores comissionados foram exonerados e apenas os ocupantes de cargos fundamentais foram reconduzidos. As gratificações de todos os servidores efetivos foram cortadas, e todos os pagamentos de contratos estão suspensos a partir desta quinta-feira (16).
“Todas as nomeações estão proibidas, com exceção daquelas essenciais e exclusivamente para as secretarias municipais de Saúde e de Educação”, disse Suelen Venâncio. “A gente percebe a união de esforços de todos, economizando onde é possível economizar e ainda assim seguindo a determinação do prefeito Marçal Filho de prestar um atendimento de qualidade, respeitoso e humanizado aos cidadãos”.
A Prefeitura de Dourados destaca que a dívida deixada pela gestão Alan Guedes fica ainda maior se for contabilizado o rombo fiscal e financeiro existente da Fundação de Serviços de Saúde (Funsaud) que está passando por uma detalhada auditoria que vai apontar a real situação da unidade que administra o Hospital da Vida e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“A gestão anterior também não pagou os salários de dezembro dos funcionários da Funsaud, também fez os repasses para honrar o pagamento de prestadores de serviço e para aquisição de insumos indispensáveis para o funcionamento das duas unidades de saúde. Foram depositados R$ 7.812.726,30 pela Secretaria Municipal de Saúde e desse total R$ 1.638.000,00 foram para pagar os servidores”, explicou o Paço Municipal.
Somente nesta quarta-feira (15) os 712 funcionários da Funsaud conseguiram sacar os salários de dezembro. O secretário municipal de Saúde, Márcio Figueiredo, mobilizou a nova direção da fundação para destravar o problema deixado pelo governo passado, que exonerou toda direção da Funsaud sem pagar a folha do último mês do ano.
“Ainda durante a transição alertamos o governo anterior que isso iria ocorrer caso eles não pagassem dentro do mês de dezembro, mas preferiram exonerar toda diretoria e criaram esse problema para os trabalhadores, fornecedores, prestadores de serviços e para a compra de insumos”, explicou Márcio Figueiredo.