A Alemanha confirmou o primeiro caso de febre aftosa após quase quatro décadas da concessão do status de livre da doença sem vacinação, mesma condição estendida ao restante da Europa Ocidental. A divulgação do caso foi feita pelo FMD ( Laboratório Nacional de Referência para Febre Aftosa do Friedrich-Loeffler-Institut), que confirmou a infecção com o vírus em um búfalo aquático em Märkisch-Oderland, Brandemburgo. O último surto de febre aftosa na Alemanha foi na Baixa Saxônia, em 1988.
Acostumada a ditar as regras de sanidade animal ao nível mundial, o governo alemão precisou convocar para o fim de semana um gabinete de crise na tentativa de isolar o foco. As primeiras medidas concentraram-se no abate de um rebanho de búfalos pertencentes a uma propriedade no distrito de Märkisch-Oderland, em Brandemburgo, próximo à capital Berlim. Na fazenda, um animal morreu em consequência dos danos causados pelo vírus e exames confirmaram a contaminação de outros dois.
Autoridades sanitárias alemãs criaram zona tampão para evitar proliferação da doença e abate de mais animais
O ministro da Agricultura alemão, Özdemir, determinou a criação de uma zona de exclusão (zona tampão) em um raio de três quilômetros da propriedade e, ainda, o fechamento temporário do zoológico de Berlim. Embora não represente perigo para os seres humanos, a febre aftosa é fatal para animais de casco fendido, como bovinos, caprinos, ovinos e suínos.
Na segunda-feira, dia 13, novas medidas devem ser divulgadas para evitar a propagação do vírus entre o rebanho alemão. Caso se espalhe, a doença pode representar danos sensíveis à pecuária da Alemanha. Isso acontece porque a febre aftosa não tem cura e, no caso de um animal contaminado, todo o rebanho deve ser sacrificado para evitar que a doença se alastre.
O último surto na Europa foi relatado na Bulgária em 2011. Antes disso, o Reino Unido foi atingido por um grande surto de febre aftosa em 2001, seguido pela França, Irlanda e Holanda.
Em nota oficial, o Friedrich-Loeffler-Institut afirmou que testes estão em andamento para determinar o percurso do vírus. O órgão não atribui a nenhum país a origem do foco, mas sustenta que a Europa recebe produtos importados ilegalmente de regiões onde a febre aftosa é endêmica, como a África, a América do Sul, o Oriente Médio e a Turquia, e que a prática representa “ameaça constante à agricultura europeia”.
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Brasil é área livre de febre aftosa sem vacinação desde 2024
Após anos de trabalho contínuo, o Brasil recebeu, em maio de 2024, o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal). A medida só ocorreu após 50 anos de trabalho para a erradicação da doença por parte dos governos dos estados e da União.
Além de salvaguardar o rebanho, o reconhecimento representa ganho econômico a partir da economia com vacinas e, ainda, abre espaço para a concorrência no mercado internacional de proteína animal. Dados do Ministério da Agricultura apontam que, com o fim da vacinação, o País deixou de gastar R$ 500 milhões com o imunizante contra a febre aftosa.