O juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou que a Procuradoria-Geral da República envie cópias das delações premiadas dos donos da JBS e do empresário Ivanildo da Cunha Miranda, para juntar na ação penal contra Delcídio do Amaral (PRD). O ex-senador responde ação penal pelo suposto pagamento de R$ 11 milhões pela JBS entre 2012 e 2015.
O magistrado concluiu o julgamento do ex-petista, mas a defesa pediu novos documentos, como cópias das delações premiadas que acabaram implicando o presidente regional do PRD.
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“Promova a Procuradoria Geral da República, no prazo de 10 (dez) dias, o envio de cópia dos acordos de leniência e colaboração premiada, celebrados com o Grupo JBS, Ivanildo da Cunha Miranda, Joesley Batista, Wesley Batista e Demilton Antônio de Castro, bem como acordos indenizatórios, e, dos respectivos pagamentos, referentes aos fatos da presente ação”, determinou Wust, conforme despacho publicado no Diário Oficial da Justiça desta terça-feira (7).
“Promova o Conselho de Controle de Atividade Financeiras COAF, no prazo de 10 (dez) dias, o envio da integralidade do Relatório de Inteligência Financeira 19485/2016”, também mandou o juiz.
O Ministério Público Estadual denunciou o ex-senador pelo recebimento de R$ 11 milhões em propina da JBS entre 2012 e 2015, quando acabou sendo preso na Operação Lava Jato. Parte do dinheiro, conforme a denúncia, foi usada para a aquisição da Fazenda Rancho Vale II, em Corumbá. O MPE pede a condenação de Delcídio por 11 vezes pelo crime de lavagem.
Desde o início da ação penal, que tramita em sigilo, o ex-senador tem contestado a denúncia. Sempre divulga notas contestando e destacando que foi baseada em delação de um mentiroso, no caso, o empresário Ivanildo da Cunha Miranda, o primeiro e único delator da Operação Lama Asfáltica.
Enquanto nega, Delcídio tentou tirar o processo da justiça comum e encaminha-lo à Justiça Eleitoral. No entanto, o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça e pelo Superior Tribunal de Justiça.
Um dos pontos alegados é que parte da suposta propina teria sido destinada para campanha eleitoral a governador em 2014. Desde que teve o mandato cassado pelo Senado, Delcídio tenta retornar à política, mas já perdeu as eleições para senador (2018), deputado federal (2022) e prefeito de Corumbá (2024).