O PSDB estuda fusão com o PSD, partido comandado pelo secretário estadual de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, e poderá colocar o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja no mesmo partido de Nelsinho Trad nas eleições de 2026. O primeiro disputará a reeleição, enquanto o segundo sonha com uma vaga no Senado.
A possibilidade de fusão foi confirmada ao jornal O Estado de São Paulo pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, e pelo próprio Kassab. Apesar da força política em Mato Grosso do Sul, o ninho tucano sumiu em nível nacional.
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“Há uma divisão em termos de vontade política porque uma corrente quer que o PSDB continue e outros defendem a incorporação ou fusão a um partido maior. Vamos nos debruçar sobre esse tema em fevereiro, a partir da reabertura dos trabalhos do Congresso”, disse o ex-governador de Goiás.
“Diante de quadros tão valorosos como os do PSDB, em todo o Brasil, é evidente que o PSD tem interesse especial nessa aproximação, qualquer que seja o modelo”, comentou Kassab.
O PSD foi o grande vencedor das eleições municipais de 2024, com o maior número de prefeituras conquistadas (885). Já o PSDB, que governou o Brasil por duas vezes com Fernando Henrique Cardoso e comandou São Paulo por quase 30 anos, não passou de 273.
No Estado, a fusão deve ter impacto no tabuleiro político. Como o partido não deve lançar dois candidatos ao Senado, Nelsinho pode deixar o partido e disputar a reeleição pelo PL de Jair Bolsonaro.
No PSD, Riedel passaria a contar com estrutura, tempo no horário eleitoral e dinheiro do fundo eleitoral para disputar a reeleição. Reinaldo teria a preferência na vaga de senador pelo favoritismo.
Nelsinho poderá continuar no partido e fazer dobradinha com o tucano. Outra opção é fazer a dobradinha, mas como aliado de Bolsonaro. Neste cenário, o senador tiraria uma vaga de um bolsonarista raiz, como o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) e o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL).
Sem nenhum deputado federal no Estado, o PSD passaria a contar com os três tucanos – Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende.
A fusão poderia colocar Riedel e Reinaldo em campos opostos de Bolsonaro na disputa presidencial. O novo partido deverá lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), enquanto o ex-presidente sonha em se livrar da inelegibilidade e disputar o Palácio do Planalto novamente. Ele também poderá lançar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
Na campanha eleitoral, Bolsonaro optou pela aliança com os tucanos em MS e investiu dinheiro nos candidatos. Só Beto Pereira, na Capital, ficou com R$ 7 milhões.