Cerca de oito mil católicos participaram da procissão e da missa campal que marcou a abertura do Jubileu de 2025. Durante a celebração na Catedral de Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio, o arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa afirmou que a “família é um projeto de Deus”.
O religioso criticou o processo educativo errado de crianças e adolescentes, de que não podem ser corrigidos para não sofrerem frustrações. “Jovens chegam à universidade incapazes de sofrer frustração”, lamentou o arcebispo. Conforme Dom Dimas, os pais devem corrigir os filhos desde pequeno, não para frustrá-lo, mas prepara-los para a vida, para serem fortes e enfrentarem as adversidades.
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Dom Dimas destacou ainda que as famílias sofrem com a crise de autoridade. O mesmo problema é enfrentado pela igreja. “A crise de autoridade está dentro da igreja e da família”, alertou. “A família é um projeto de Deus”, enfatizou.
Ele aconselhou os filhos a não desampararem os pais. “Ampara o teu pai na velhice, não cause desgosto mesmo que ele esteja perdendo a lucidez. Não o humilhe”, orientou o arcebispo. Ele explicou que este é o único mandante que prevê uma recompensa, a de que quem honrar pai e mãe terá vida longa e ajuntará tesouros.
Durante a homília, lembrou que idosos são abandonados na Santa Casa após a internação. “Muitos idosos são abandonados dentro da própria casa, nós não temos mais paciência”, ponderou. E citou como exemplo que quando o idoso quer contar uma história, o filho responde que já ouviu dez vezes e não dá atenção.
Jubileu da Esperança
A abertura do Jubileu 2025, com o tema Peregrinos de Esperança, começou com a concentração na Paróquia de São José, no Centro. A cruz doada há 85 anos no Santuário Estadual de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi entregue para realizar a peregrinação pelas sete igrejas jubilares da Arquidiocese de Campo Grande.
Já a cruz, usada na celebração da missa do Papa João Paulo II em outubro de 1991 na Capital, foi carregada pelas ruas da cidade durante a procissão. Cerca de oito mil fiéis participaram da caminhada até a Catedral de Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio.
Dom Dimas comandou a missa dentro da catedral, enquanto os católicos participaram da celebração por meio de telão espalhado ao longo da Rua 7 de Setembro. A catedral colocou cinco mil cadeiras e distribuiu 7,5 mil copos de água.
Entre os fieis na procissão estava o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Sérgio Fernandes Martins. O vereador Alírio Villasanti, o Coronel Alírio (União Brasil), também acompanhou a procissão e a missa.
“Somos peregrinos da esperança com a certeza de que a esperança não decepciona”, afirmou Dom Dimas. Ele lembrou do apóstolo São Paulo. “Sei muito bem em quem coloquei a minha esperança”, destacou.
A procissão começou por volta das 16h30 e a missa campal terminou por volta das 19h30. Os padres e diáconos de todas as paróquias da Arquidiocese de Campo Grande, junto com Dom Dimas e o arcebispo emérito, Dom Vitório Pavanello, participaram da celebração.
Perdão dos pecados
Durante o jubileu, comemorado a cada 25 anos, o Papa Francisco concede a indulgência plenária ou parcial, que é a remissão em Deus das penas que permanecem mesmo após o perdão dos pecados em confissão.
Sendo que a busca pela indulgência plenária pode ser feita tanto em grupo quanto sozinho, para receber é preciso a realização de uma “obra indulgenciada”, ou perdoada, que atenda as três condições seguintes, além de rejeitar qualquer apego ao pecado:
- Confissão
- Comunhão
- Oração pelo Papa.