Após o entrevero entre a deputada federal Camila Jara (PT) e policiais militares no fim de semana, a ex-candidata a prefeita de Campo Grande teve uma reunião com o secretário estadual de Segurança, Antônio Carlos Videira, e o comandante-geral da Polícia Militar, Renato dos Anjos Garnes, para debater a situação dos comerciantes e donos de bares e restaurantes da região central da Capital.
O encontro ocorreu na terça-feira (24), véspera de Natal, e também participou o o secretário-executivo de Gestão Política de Campo Grande, Marcus Vinicius Perez. “Nós explicamos para ela também o aumento demasiado de chamadas no 190 para atender ali naquela região central da 14, principalmente chamadas de moradores para perturbação do sossego”, explicou Videira.
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Comerciantes também estariam denunciando outros concorrentes da região devido aos horários de atendimento dos empreendimentos noturnos, relatou o secretário ao Midiamax.
Camila Jara defende a necessidade de revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que inclui a Lei do Silêncio. A parlamentar classificou a conversa como “muito produtiva”.
“Nessa reunião a gente estabeleceu um diálogo muito importante, um diálogo no sentido de avançar de como a gente faz a nossa Capital, que tá passando pelas dores do crescimento. Uma cidade que estava acostumada com a tranquilidade e agora tá tendo que lidar com esses movimentos de ocupar a cidade, de ocupar o Centro”, explicou a deputada em suas redes sociais.
A ex-candidata a prefeita afirmou que deseja que Campo Grande seja uma capital para os empreendedores, da economia criativa, da cultura, e que consiga oferecer opção de lazer para a população junto com segurança. Ela diz que é necessário incluir a prefeitura no debate e que algumas providências já deveriam ter sido tomadas, regulamentadas no Plano Diretor do município.
“Tudo isso a gente faz com muito debate. A gente tem várias propostas nesse sentido, agora é hora de chamar todo mundo para conversar, os empresários e o poder público”, finalizou.
Confronto
O fim de semana ficou marcado pelo embate entre a deputada federal Camila Jara e policiais militares no Centro de Campo Grande. A ex-candidata a prefeita disse que teve uma arma apontada contra si durante uma abordagem em bares da região na madrugada de domingo (22). A situação só mudou quando ela se identificou como parlamentar.
Em nota, a Polícia Militar nega utilização de armamento no caso e informou que busca “coibir a contravenção de perturbação do sossego e trabalho alheio e o crime de poluição sonora, mantendo a ordem e a tranquilidade dos moradores das regiões próximas a bares e restaurantes”. A PM afirma que aumentou o número de denúncias, via 190, de perturbação do sossego e poluição sonora, “bem como constatou aumento no número de crimes contra o patrimônio em regiões próximas a esse tipo de estabelecimento”.
Na segunda-feira (23), a Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul (ASPRA-MS) divulgou uma nota de repúdio afirmando que Camila “mais uma vez, demonstrou desrespeito e oposição à atuação legítima e constitucional da Polícia Militar”.
Camila Jara rebateu a nota da associação e disse que sua preocupação é com a defesa dos direitos dos empreendedores donos dos bares e do lazer da população.