A Justiça do Trabalho de Mato Grosso do Sul homologou acordo em que as as empresas do Grupo São Bento vão pagar R$ 15 milhões para quitar pendências com 250 funcionários. O trato é mais um capítulo na recuperação judicial do grupo, que fechou as 91 farmácias e conseguiu acordo com os credores para quitar a dívida de R$ 77,7 milhões. Apesar de não ter ido à falência, a rede fechou todas as unidades.
A conciliação foi homologada pela juíza do trabalho Fátima Regina de Saboya Salgado, no dia 19 de dezembro, último dia antes do recesso forense. Em regime de plantão, servidores do Centro de Execução e Pesquisa Patrimonial atuaram na expedição de alvarás para que as liberações do dinheiro dos trabalhadores ocorressem antes do Natal.
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O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região aconselha àqueles que possuam ação trabalhista contra a rede de farmácias que procurem seus advogados para saberem se foram contemplados e se os valores estão disponíveis.
A São Bento firmou acordo com os credores e teve o plano de recuperação judicial aprovado pelo juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Solvências, Recuperações Judiciais e Falências da Capital. Para garantir a quitação da dívida, a empresa deu imóveis dos sócios.
Na época do plano de recuperação, a dívida com os funcionários somava R$ 2,2 milhões – valor que seria coberto com a venda de apenas uma das três propriedades. No entanto, valor deve ser maior para a Justiça do Trabalho determinar a venda das três avaliadas em R$ 23,6 milhões.
O grupo, em processo de recuperação judicial, planeja reconstruir o império a partir de uma pequena sala localizada na região central. O investimento pode surgir da venda de 15 imóveis que devem restar do pagamento dos credores.
Os sócios apostam em reconstruir o império fundado por Nelson Buainain, em 1948, com a abertura da primeira unidade na esquina das ruas 14 de Julho e Marechal Cândido Mariano Rondon, no coração do comércio campo-grandense.
A partir desta unidade, o grupo chegou a contar com 91 farmácias e uma distribuidora, que acabaram indo a bancarrota em virtude da concorrência acirrada causada pela chegada de grandes grupos nacionais e da alta carga tributária.