Com o objetivo de evitar o apagão da mão de obra, a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) propõe que o Governo federal continue pagando o Bolsa Família por até dois anos após o beneficiário ser contratado com carteira de trabalho. A proposta foi feita pelo presidente da entidade, Sérgio Longen, à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde o ano passado, o maior desafio das empresas é encontrar trabalhadores. Estima-se que 25 mil vagas não preenchidas no Estado por falta de mão de obra. Para suprir essa deficiência, Longen quer buscar empregados entre as 206,4 mil famílias beneficiadas pelo programa social federal em Mato Grosso do Sul.
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A maior parte resiste em ingressar no mercado formal porque perde a bolsa mensal de R$ 600. Para driblar esse medo, Sérgio Longen propôs que o benefício continue sendo pago por 24 meses após o beneficiário ser contratado com carteira assinado. Somente após dois anos, o Governo federal cortaria a Bolsa Família
De acordo com o presidente da Fiems, o Governo Lula foi receptivo à proposta. O próximo passo será apresentar o projeto no Congresso Nacional. Uma das alternativas é recorrer ao Poder Judiciário para que o beneficiário do Bolsa Família não perca o benefício pelo período de dois anos caso seja contratada com carteira assinada.
Desde o ano passado, 25 mil vagas seguem abertas no Estado em decorrência da falta de mão de obra. No País, o déficit é de 1,4 milhão de trabalhadores. Além disso, o Estado deverá abrir mais 11,5 mil novas vagas com a ampliação e abertura de novas indústrias.
Longen destacou que a medida poderá suprir a falta de mão de obra e ainda reduzir os gastos do Governo federal, que desembolsa mais de R$ 280 bilhões por ano com o pagamento do benefício e ainda elevar a arrecadação com a contribuição previdenciária.