A irmã e o genro do empresário Silvio Assis, lobista acusado de extorquir empresários do setor de apostas online, são funcionários comissionados de Soraya Thronicke (Podemos), relatora da CPI das Bets. Lotados no gabinete da senadora sul-mato-grossense, eles tiveram salário de R$ 14 mil no mês de novembro deste ano, conforme o Portal da Transparência do Senado.
A revista Veja apontou que Assis é acusado de procurar empresários do setor de apostas para evitar a convocação para depor na CPI das Bets. O valor cobrado para não ser convocado seria de R$ 40 milhões.
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O lobista confirmou que participa das reuniões da CPI das Bets, mas com o objetivo de produzir um documentário. Ele rechaçou a acusação. “É uma tentativa de desviar o foco da CPI. É uma falácia. Talvez seja fumaça para tentar desviar alguém de algum objetivo”, afirmou o empresário à revista.
O empresário conta com duas pessoas próximas lotadas no gabinete de Soraya Thronicke no Senado. A irmã, Sandra Barbosa de Assis, foi nomeada no dia 9 de novembro do ano passado para atuar como assistente parlamentar sênior da senadora sul-mato-grossense. No mês passado, ela teve salário de R$ 14.274,75 e mais auxílio refeição de R$ 1.373,11.
O genro de Silvio Assis, David Vinícius Oruê de Oliveira, foi nomeado para trabalhar como auxiliar parlamentar sênior de Soraya em abril deste ano, conforme o Portal da Transparência do Senado. Ele teve salário de R$ 14.077,32 em novembro deste ano, mais o auxílio refeição no mesmo valor, R$ 1.373,11.
O Jacaré procurou a assessoria de Soraya na última sexta-feira, que confirmou a lotação da irmã e do genro do lobista no gabinete.
Perseguição
Neste domingo, a revista Veja informou que Soraya voltou a acusar que está sendo vítima de “difamação” e “calúnia”. “Estão tentando me intimidar porque sou mulher”, reagiu Soraya, sobre as insinuações, que ganharam corpo após o senador Ciro Nogueira (PP), com quem bateu boca no plenário da CPI das Bets, levar a denúncia ao presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD).
“Silvio nunca me abordou e eu não recebi. Silvio nem ninguém durante a CPI. Se tiver algum motivo para convoca-lo, eu mesma convoco”, afirmo a senadora.
Em nota divulgada na sexta-feira (13), a assessoria da parlamentar também destacou que ela vem sofrendo ameaças. “A senadora também afirma que tem sido alvo de ameaças e tentativas de intimidação por parte de alguns colegas senadores. Além disso, existem fortes indícios de que o genro de um senador seja proprietário de uma plataforma especializada em jogos on-line e com sede em um país considerado paraíso fiscal. Há ainda suspeitas de seu envolvimento nos crimes que estão sendo investigados no âmbito da CPI”, informou.