Os deputados federais bolsonaristas saíram em defesa do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e condenaram a prisão preventiva do general quatro estrelas do Exército. Para Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, do PL, e Dr. Luiz Ovando (PP), não houve golpe de Estado nem assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).
Conforme a Polícia Federal, Braga Netto foi preso porque foi um dos principais articulares da tentativa do golpe para evitar a posse de Lula e inclusive repassou dinheiro do agronegócio para financiar a empreitada. Ele também é acusado de tentar obstruir investigação ao evitar a delação premiada do tenente coronel Mauro Cid.
Veja mais:
Polícia Federal prende general Braga Netto
Defesa de Braga Netto nega obstrução nas investigações
“A fantasia de golpe foi criada com o único propósito de perseguir opositores políticos, com a mais alta corte do país, tornando-se o guardião desse regime autoritário”, postou Dr. Ovando. “Enquanto General de 4 estrelas é preso sem provas concretas, em uma acusação vaga e imprecisa, vemos que outros, mesmo com evidências claras de ilícitos, seguem livres e, em alguns casos, chegam até mesmo à presidência”, criticou o progressista, que nunca condenou os ataques contra a democracia.
“A inversão de valores é gritante: a justiça no Brasil parece ser seletiva, onde a culpa é presumida para a oposição e a inocência é dada a quem representa o outro lado do espectro político. É fundamental que o Brasil retome a normalidade jurídica, onde a culpa só seja atribuída após um processo judicial legítimo”, defendeu.
Nogueira foi na linha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela tentativa de golpe. “O MOTIVO? O ‘Golpe’ que NUNCA OCORREU, além da tese de planejamento para as execuções de Lul4, Alexandre de Moraes e Alckimin, e como sabem nunca ocorreram como sequer foram tentados!!! A perseguição à direita continua!”, postou o deputado federal.
Advogado e no primeiro mandato de deputado federal, Pollon foi na mesma linha. “Hoje deram mais uma facada na democracia, no estado de direito, no devido processo legal! Um homem sério, honrado, com uma contribuição enorme para o país foi preso de forma espúria e ilegal por um enredo fantasioso e distópico”, criticou.
“Ainda que essa montanha de nada fosse real não haveria elementos para uma prisão. Se estivéssemos diante de um homicida ou traficante não haveria prisão. Mas o que esperar de um inquérito onde NÃO HÁ FATO! Um procedimento flagrantemente ILEGAL motivado pelos delírios de um louco!”, concluiu.
O vereador eleito da Capital, Rafael Tavares (PL), recorreu ao filósofo da extrema direita, Olavo de Carvalho, para criticar a prisão do general. “Ou se prende os comunistas pelos crimes que eles cometeram, ou eles, fortalecidos, irão nos prender por crimes que não cometemos”, afirmou o ex-deputado, que sempre considera crime os atos da esquerda e não condena os da direita.
A deputada federal Camila Jara (PT), compartilhou notícia da prisão de Braga Netto e comentou que o projeto de anistia dos bolsonaristas fica mais distante no Congresso Nacional.
Braga Netto foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.