Mário Pinheiro, de Paris – A construção da Catedral Notre Dame teve início em 1163. Foi construída com todas as técnicas rusticas da arquitetura medieval para se tornar o monumento mais visitado da atualidade. Ela compõe a arte gótica, a beleza dos vitrais e a interiorização da espiritualidade.
Mas sua parte mística dos anos precedentes assombra aqueles que se opunham às verdades impostas pelo dogmatismo. Ela se torna o símbolo marcante do estilo, mas as críticas de intelectuais se avolumam. Notre Dame se transforma na catedral que expõe e ilustra o gótico primitivo com suas enormes portas de madeira e sua localização no centro de Paris entre a ilha São Luís e o quarteirão latino, às margens do rio Sena.
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Depois da revolução francesa, o império de Napoleão havia decidido destruir a igreja porque a restauração era cara aos cofres do Estado. As renovações eram pagas pelo Estado, mas em 1905, a assembleia legislativa aprova o laicato e as igrejas passam a pagar impostos.
Atualmente, quem mantém financeiramente os custos da catedral são os fiéis. A França, depois da aprovação desta lei, entra num processo de descristianização. Nos prédios públicos é proibido fixar crucifixo na parede, ostentar símbolos religiosos, o país é leigo.
A obra literária de Victor Hugo, o corcunda de Notre Dame, alcança muito sucesso e populariza tanto a catedral quanto o escritor. O livro faz com que as visitas aumentem, admirem a obra medieval.
A destruição da Notre Dame é anulada porque o turismo faz entrar dinheiro para a igreja e a caixa financeira do Estado. Em abril de 2019, depois de um curto circuito, o monumento virou a imagem da dor pelo incêndio que durou mais de quatro horas.
Quase tudo reduzido a fumaça, cinza e desespero dos amantes da arte sacra. A estrutura que sustenta o telhado é de madeira e estima-se o montante de 500 árvores de carvalho, que os operários chamam de “floresta”.
Os dons apareciam de toda parte do mundo pra somar mais de 800 milhões de euros. O presidente Emmanuel Macron havia prometido um trabalho exemplar, mas o povo estava incrédulo. A reinauguração que acontece sábado e domingo vai contar com a presença de muitos chefes de Estado, entre eles, o recém-eleito Donald Trump, assim como artistas nacionais e internacionais.