A senadora Tereza Cristina (PP) tentou faturar com o acordo histórico do Mercosul com a União Europeia, anunciado nesta sexta-feira (6) em Montevidéu, capital do Uruguai. Ao mesmo tempo em que lembra da sua participação na negociação, que durou 25 anos, a ex-ministra tenta tirar o crédito do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao dizer que é uma vitória do Itamaraty, “órgão de Estado e não de Governo”.
As negociações com o Mercosul começaram em 1999 na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e avançaram no primeiro governo de Lula. No entanto, o petista não teria concordado com algumas exigências que poderiam prejudicar o Brasil e as negociações emperraram.
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As negociações continuaram ao longo dos mandatos de Lula 2, Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Durante o mandato do capitão, houve avanço nas negociações, quando Bolsonaro aceitou condições mais vantajosas aos europeus, ao aceitar cota inferior a rejeitada pelo petista em 2006 para açúcar, carne e etanol.
Ao assumir o terceiro mandato, Lula exigiu a revisão do acordo e impôs condições para preservar o SUS e compras governamentais nos segmentos de alimentação e educação, segundo o Uol.
Tereza destaca negociação
Em postagem nas redes sociais, a senadora lembrou que participou das negociações do acordo. “O anúncio de Montevidéu afirma que os parceiros do Mercosul-EU ‘rechaçam barreiras desnecessárias ao comércio’ e mantêm os direitos dos blocos junto à OMC”, pontuou. “Também está dito que ‘medidas ambientais não devem constituir restrição disfarçada ao comércio e devem ser baseadas em informações técnicas e científicas’”, destacou.
“Impedimos em 2019 a inclusão de cláusulas ambientais descabidas, que agora são afastadas, por escrito”, postou a ex-ministra da Agricultura, em uma foto com o dirigente europeu na rede social X.
“Vitória do @ItamaratyGovBr – órgão de Estado; não de governo – e de gerações de diplomatas que vi atuar com maestria em favor deste tratado”, ressaltou, destacando que o acordo é resultado de uma política de Estado e não Governo Lula.
“Nunca é tarde para se ouvir a verdade – os europeus admitem que o Acordo Mercosul-UE é bom para a Europa e nenhum padrão na qualidade de alimentos será quebrado. É um ganha-ganha. Sabemos disso desde 2019, quando fechamos em Bruxelas a parte comercial do tratado, traduzido e revisado durante 2 anos – e que depois ficou emperrado pelo que chamo de protecionismo verde”, lembrou a senadora.