A maior fábrica de celulose em linha única do mundo, inaugurada nesta quinta-feira (5), é tratada como a consolidação da revolução no “Vale da Celulose” em Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente da Suzano, Beto Abreu, a unidade em Ribas do Rio Pardo gera energia suficiente para abastecer, além do polo industrial, todas as residências do Estado.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente Luiz Inácio da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), do governador Eduardo Riedel (PSDB), ministros, empresários e representantes da bancada federal. O empreendimento é resultado de um investimento de R$ 22,2 bilhões, tem capacidade para produzir cerca de 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano, e vai gerar três mil empregos diretos.
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Riedel destacou o crescimento do Estado e os planos de expansão para os próximos anos na área da celulose, que já tem diversos investimentos em infraestrutura e projetos em andamento em diferentes regiões.
“Uma empresa desse porte tem na logística algo fundamental para dar competitividade a ela. São estradas pavimentadas, como a MS-338, por exemplo, que vai lá de Camapuã até aqui a Ribas, que está em andamento. São os túneis para caminhões hexatrem, estradas internas de toda essa região de produção. É uma discussão que extrapolou o ambiente de negócio, as licenças a tempo e a hora com responsabilidade”, discursou o governador.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a inauguração da fábrica “é uma verdadeira revolução para a região”. “Nós vamos mudar o nome do estado, quem sabe, para o estado da celulose, porque aqui é o vale mundial da celulose”, sugeriu.
Com a nova unidade, a Suzano passa a ter três fábricas em Mato Grosso do Sul, somando uma capacidade produtiva instalada de 5,8 milhões de toneladas anuais.
“A massa salarial alcança o maior valor na história desse país. Cerca de 8 milhões de pessoas deixaram a extrema pobreza e a pobreza. E esse empreendimento contribui com isso não só na construção, mas, agora com 3 mil empregos diretos e mais outros tantos indiretos. Ativando a cadeia produtiva do papel e celulose. De uma empresa que aqui investiu R$ 22 milhões, mas que tem presença em vários estados brasileiros”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Geração de Energia
A unidade é autossuficiente em energia e gera excedente de 180 megawatts (MW) médios, suficientes para abastecer uma cidade com mais de 2 milhões de habitantes durante um mês.
Para Beto Abreu, diretor presidente da Suzano, a empresa é um exemplo de economia sustentável e circular.
“É um exemplo de industrialização, porque além de produzir 2.5 milhões de celulose, temos na verdade um polo industrial. O ácido sulfúrico é produzido com uma fábrica aqui. O peróxido é produzido com uma fábrica aqui. O gás que nós precisamos, produzimos através da biomassa localmente. E toda a energia que esse polo industrial precisa, também produzimos de forma renovável, abastecendo todo esse polo industrial e ainda tendo energia suficiente para colocar no grid e energia suficiente para abastecer todas as residências do estado do Mato Grosso do Sul com 3 milhões de habitantes”, declarou Abreu.
Até Geraldo Alckmin entrou no ritmo de elogios ao empreendimento. “Quero saudar aqui esse grande investimento. Uma indústria que é a mais moderna, eficiente, exportadora, que é tudo que o Brasil precisa. Melhorar a balança comercial, gerar emprego, renda ambientalmente, reutiliza água, gera energia com biomassa, não utiliza mais combustível fóssil, é desenvolvimento sustentável”.
Durante a cerimônia, Lula destacou que o trabalho árduo de milhares de “trabalhadores que plantam, semeiam, e produzem” dentro da Suzano é fruto do crescimento da empresa e da economia do país. “Outra sorte que eu tenho é que a massa salarial cresceu 11,9%. É o maior crescimento desde que a gente começou a medir”, frisou, durante o discurso.
“As pessoas precisam ter acesso aos bens que são produzidos por elas mesmas. É a economia que vai fazer o Brasil dar certo. Quero que todos tenham o mínimo necessário. Vamos entregar as empresas em plena produção com investimentos concretos”, afirmou Lula.
Com a unidade de Ribas do Rio Pardo, a capacidade instalada de produção de celulose da Suzano saltará de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da companhia. No Mato Grosso do Sul, esta é a terceira unidade da Suzano.
Em todo o Mato Grosso do Sul a empresa possui 599 mil hectares de florestas plantadas, dos quais 143 mil hectares são destinados exclusivamente para a conservação da biodiversidade.
A Suzano é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papéis da América Latina, líder no segmento de papel higiênico no Brasil e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis e inovadoras a partir de matéria-prima de fonte renovável. Os produtos e soluções da empresa estão presentes na vida de mais de 2 bilhões de pessoas, abastecem mais de 100 países.