A Justiça Federal não conseguiu localizar a empresária Rachel Rosana de Jesus Portela Giroto, ex-esposa do ex-deputado e ex-secretário Edson Giroto, para intimação em ações penais. O prazo para sua defesa apresentar novo endereço atualizado e para os advogados informarem se continuam a representá-la expirou sem resposta no processo pelos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de R$ 2,8 milhões na construção da mansão no Residencial Damha I, em Campo Grande.
A mesma situação aconteceu com Edson Giroto. No início deste ano, o Superior Tribunal de Justiça não conseguiu encontrá-lo para entregar notificação para apresentar novo advogado na Operação Lama Asfáltica, o que se repetiu nas varas da Justiça de Mato Grosso do Sul e federal. O problema só foi resolvido após determinação para que a Defensoria Pública da União assumisse a defesa do ex-secretário estadual de Obras.
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O casal Giroto e a secretária Denize Monteiro Vieira Coelho vão a julgamento em março e abril de 2025. O trio é acusado de ocultar R$ 2,8 milhões na construção da mansão no Residencial Damha I, avaliada em R$ 4,5 milhões, na época da construção.
A 3ª Vara Federal de Campo Grande identificou que duas testemunhas arroladas pela defesa de Rachel Giroto faleceram. No entanto, a ré não foi mais localizada no endereço informado nos autos em tentativa de sua intimação em outros processos.
Em uma das ações na Justiça Federal, foi determinado que a empresária é obrigada a manter seus endereços atualizados e a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimada para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento.
Diante do descumprimento das ordens, o juiz Felipe Alves Tavares mandou o Ministério Público Federal se manifestar a respeito, conforme despacho de 26 de novembro. O magistrado também alertou que a atualização do endereço e comparecimento às convocações da Justiça foram algumas das condições para a revogação da prisão preventiva.
O advogado Daniel Leon Bialski também deve informar se continua na defesa de Rachel Giroto, já que renunciou em relação ao marido da ré.
As audiências de instrução e julgamento ocorrem nos dias 10, 11, 12 e 13 de março de 2025 e são concluídas em 9 de abril, com os interrogatórios dos réus. O ato processual será realizado por videoconferência. As partes poderão solicitar o comparecimento pessoal no fórum, notadamente para os interrogatórios se assim desejarem.
As datas foram marcadas pelo juiz Felipe Alves Tavares, conforme publicação no Diário Oficial Eletrônico da Justiça Federal de quinta-feira, 7 de novembro.