O engenheiro Beltino José Ferreira Bonfim ficou “indignado” com a decisão do Conselho Nacional de Justiça, que arquivou sem investigar a denúncia contra os desembargadores Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva, afastado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul na Operação Ultima Ratio. Apesar das derrotas, inclusive de ter perdido um apartamento com 86% das parcelas quitadas e obrigado a pagar uma dívida de quase meio milhão, ele continua acreditando no Poder Judiciário.
Animado pela investigação feita pela Polícia Federal, que levou ao afastamento dos dois magistrados e mais três desembargadores, inclusive o presidente, Sérgio Fernandes Martins, Bonfim encaminhou o seu caso ao CNJ.
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Conforme a denúncia, ele pagou 86% das parcelas de um apartamento. No entanto, a turma formada por Abreu, Pimentel e o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, não só determinou a devolução do apartamento para a construtora e ainda o condenou a pagar uma dívida de R$ 442 mil.
“Um imóvel comprado em 145 prestações e destas foram pagas 124, portanto foram pagos pelo imóvel um total de 86% de seu valor, após a sentença no ACÓRDÃO, o comprador perdeu todos os valores pagos, entregou o imóvel e ainda impuseram ao apelado, uma dívida correspondente ao valor do mesmo imóvel e todas as custas advocatícias, isto é uma verdadeira afronta ao contribuinte vinda do Poder Judiciário, onde temos numa DEMOCRACIA o ultimo poder a recorrer e nos fazer justiça”, resumiu no engenheiro, na reclamação feita ao CNJ.
O corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques, rejeitou o pedido e determinou o arquivamento da denúncia, livrando os desembargadores de qualquer explicação no CNJ, o conselho criado para fiscalizar o Poder Judiciário.
“A minha opinião é de que a análise do CNJ, foi baseada somente nos autos após o voto do desembargador Vladmir, sem entrar no mérito inicial do processo, e ai a narrativa deles iludem os outros e pelo excesso de processos não se atentam pra alguns detalhes”, reagiu Beltino José Ferreira Bonfim.
Ele afirmou que ficou “indignado” com o arquivamento. Contudo, não perdeu a fé na Justiça. “E continuo acreditando que o Judiciário é nosso último recurso”, frisou. “Na minha análise, a sentença do tribunal foi absurda”, lamentou.
Após a decisão do CNJ, o engenheiro ficou sem opção sobre a quem recorrer por Justiça. “No momento não sei”, admitiu sobre os próximos passos para tentar reverter a decisão.
A fé talvez seja o último meio de seguir em frente diante da sentença que lhe causa tanto transtorno.