Depois de trocar de nome, deixando para trás a esquadra conhecida desde 1972, como Portuguesa, a Portuguesinha e virar neste mês Futebol Clube Pantanal, organizadores do time sonham alto, com intensidade arrojada, destemida, extrema, até. Sem representantes competitivos na esfera nacional do futebol desde a década de 1970, para escapar de vez do cenário negativo, o agora Pantanal fez aposta graúda na renovação: virou SAF, sociedade anônima de futebol, protótipo que permite clube de futebol virar empresa.
Menos de 20 dias após o anúncio revelando que a Portuguesa se transformou em Futebol Clube Pantanal SAF, Glauber Caldas, treinador principal e um dos gestores do time, disse que investidores com os quais já mantêm “negociações, conversações em nível avançado”, mostraram-se interessados em patrocinar o time sul-mato-grossense.
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O conceito de se tornar em time-SAF é justo esse: permitir que os clubes de futebol ajam legalmente iguais empresas como meio de atrair acionistas e investidores.
Mais: quem recorre à sigla passa a cumprir novas regras que permitem, inclusive, financiamentos e visem lucros.
Viraram clubes SAF, no Brasil, a partir do time do momento, o campeão Botofogo, do RJ, o Cruzeiro, Vasco da Gama, América Mineiro, Bahia, Cuiabá e Coritiba.
Ou seja, para Glauber Caldas, a ideia é converter a Portuguesinha, cujo maior feito foi um terceiro lugar na primeira divisão de futebol de MS, num time grandão, competitivo e conhecido aqui, no Brasil e fora do país.
Feito do Cuiabá, que acabou com o ostracismo dos times do Mato Grosso até pouco tempo e hoje está na primeira divisão, disputando jogos.
Para ele, a mudança para Pantanal, concepção imaginada também em marketing, é essa: fazer com que o futebol se afaste do banimento nacional que contagia os times de MS há quase meio século.
Para Glauber, a troca de nome “criou identidade ao time do Pantanal. Agora falamos com os torcedores sul-mato-grossenses, do bioma conhecido no mundo. Depois da troca de nome conquistamos até mais torcedores”, revelou o técnico, que quer “recriar o clube”.
Outra questão que influíra na troca de nome do time, disse Glauber, tem a ver com o número de clubes conhecidos como Portuguesa, no país, “um monte”, disse ele.
Criado em 1972 por família descendente de portugueses, o time surgiu como um clube de várzea e que jogava de forma informal.
O termo várzea é uma gíria que indica que o time não tinha estrutura ou apoio e atuava em campos de terra batida.
O agora Pantanal Futebol Clube fechou as portas em 2012 e, só em fevereiro de 2023, 11 anos depois, retomou as temporadas de jogos. Já no retorno conquistou o campeonato enfrentado por times da segunda divisão, daí ganhou a credencial para a primeira divisão desde a sua fundação, há 52 anos.