Mário Pinheiro, de Paris – A Polícia Federal concluiu as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado orquestrada, pensada, discutida pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, num calhamaço que reúne quase 900 páginas. O esboço do desejo de uma ditadura fica evidente com as apreensões de documentos que ligam centenas de personagens nos detalhes das mensagens. O grupo estratégico tem como principal articulador o presidente que fugiu antes do término de seu mandato sem agenda oficial no estrangeiro.
O Brasil viraria o caos, a baderna, uma casa de bandidos para atender interesses de um pequeno grupo interessado no poder. O saudosismo da ditadura toca o coração daqueles que realmente odeiam a democracia e dobram os joelhos ao sofrimento da tortura.
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É um caso de demência, de pesadelos intermináveis que somente o humanismo pode entender e lutar contra sua execução. É preciso popularizar e incentivar a leitura ao invés de abrir clubes de tiro.
A nação brasileira deve agradecer aos comandantes do Exército e da Marinha que não aceitaram a execução do golpe e foram chamados de “cagão” pelo então graduado ministro Braga Neto. A minuta do golpe, escrita por Bolsonaro, assim como os manifestantes na frente dos quartéis, estava pronta, na expectativa de abocanhar os três poderes, rasgar a Constituição, quebrar tudo enquanto o líder assistia como mero expectador nos Estados Unidos.
Bolsonaro declara que em caso de mandado de prisão, ele se refugia numa embaixada. Coragem e empatia não fazem parte do cotidiano do ex-presidente. O nome desse processo todo é a covardia, desobediência civil, desespero de ver a democracia voar sobre a loucura da ditadura.
Os indiciados não entenderam a gravidade da molecagem, sobretudo os militares de alta patente, os kids pretos amarelados e até ministros. Ele sabia que se ficasse corria o risco de ser preso. O dito popular diz “se ficar o bicho pega, se correr o bicho come”, mas falta coragem para enfrentar a lei.
A casa caiu! A Papuda vai receber novos colegas. Não se sabe se os fanáticos seguidores, sobretudo de Mato Grosso do Sul, farão vigília pra pedir a volta do messias ou se rebelarão numa greve de fome.
O cruzamento das informações revela não somente a intenção do crime das três pessoas, Lula, Alckimin e Moraes, mas a instalação do horror e do terror numa insurreição besta como se estivesse apoiada em Robespierre.
A falta de inteligência é tal que a elite do Exército (kids pretos) e o oficial, tenente-coronel Hélio de Lima tinha muita matéria do golpe num pen-drive que expõe o desejo de manter Bolsonaro na cadeira de presidente.