Centenas de indígenas e integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) fecharam três trechos de rodovias que cruzam as cidades de Anastacio e Dourados. Falta de água em aldeias e a suspensão do programa de reforma agrária no Estado motivaram o protesto.
No manifesto dos sem-terra foram bloqueados trechos da BR-262, entre as cidades de Anastácio e Miranda, estrada que segue até Corumbá e parte da.BR-164, em Antônio João, cidade situada em Mato Grosso do Sul, já na linha de fronteira com Paraguai.
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Douglas Cavalheiro da Silva, da direção estadual do MST disse que os dois bloqueios começaram por volta das 3h da madrugada desta segunda-feira (25) e o ato parou ao meio-dia. O líder disse que não há previsão de novos protestos.
Silva afirmou que a ideia de travar as estradas pela lentidão do programa da reforma agrária. A última distribuição de áreas para os sem-terra aqui em Mato Grosso do Sul ocorreu em 2016 oito anos atrás, com a criação do Assentamento Nazaré, no distrito de Anhandui.
Para fechar a BR, os sem-terra usaram galhos, troncos de árvores e trator. Embora o período do bloqueio, em torno de 9 horas, não houve incidentes. O diretor do MST disse que, por falta de resultados o movimento deixou de conversar com o Incra estadual e que a partir de agora dialoga somente com “autoridades de Brasília”.
O MST reivindica também o envio de cestas básicas aos sem-terra. O MST de MS representa 11 acampamentos habitado por cerca de 3 mil famílias.
Indígenas
Já o protesto em Dourados, bloqueou trecho da rodovia estadual 156. Indígenas que moram nas aldeias de Jaguapiru e Bororó travaram trecho da estrada que liga a cidade de Itaporã já no início da manhã. Policias foram para o local e instruíram os motoristas a optarem por vias alternativas. Os indígenas só autorizam o tráfego de veículos especiais, ambulâncias entre as quais.
Ramão Fernandes, líder dos indígenas afirmou que o protesto não ia parar enquanto não fosse anunciado alguma saída para a principal reivindicação do povo originário. Falta de água tratada nas aldeias, queixa que “dura anos”, disse o líder motivou o ato.
Fernandes disse que as aldeias recebem “de vez em quando” água por.meio.de caminhões-pipa. A liderança informou que logo o serviço é interrompido.
Até o fechamento deste material seguia o protesto. Nenhuma autoridade estadual ou federal ainda não se pronunciou sobre o protesto. Enquanto isso, os indígenas recorrem às águas de córregos da região.