Mário Pinheiro, de Paris – O jardim das ideias no meio militar não é lógico nem bom. Militares de alta patente revelam o que possuem no ventre. O plano era realmente exterminar, executar com veneno ou arma de fogo, estabelecer a desordem para a volta gloriosa do fujão. Mas Bolsonaro conseguiu, com a farsa da lava-jato, sem ir a debates, nem desenvolver plano de governo porque não havia, chegar na presidência. Jamais se soube qual era seu objetivo e seu programa de governo.
O País ficou isolado no mundo. No Brasil ele sempre se mostrava de maneira simples comendo pão e café com leite ou pastel na barraquinha do Zé, mas escondia o patrimônio junto com os filhos e a esposa de fachada. A voz do presidente se ouvia somente no “cercadinho” de Brasília, de onde ele agredia verbalmente jornalistas e qualquer pessoa que pusesse questões que o obrigasse a pensar. Para uma pessoa expulsa das forças armadas por ameaça de bomba no próprio quartel, vê-se o naipe e a capacidade de agir.
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A culpa de Bolsonaro neste melado todo é que a ideia de golpe de Estado surgiu dele. Tudo estava arquitetado, desde sua ida antes do fim do mandato, aos Estados Unidos, usando transporte gratuito pago pelo imposto do brasileiro, o avião, para uma viagem de desolação. Ele assistia de longe a execução da quebradeira, da cagação no STF, com a intenção de retornar “presidente” do povo para ressuscitar o nacionalismo.
Matar era o verbo usado pelos militares nos porões da ditadura nas milhares de sessões de tortura. Ele, pelo que parece, não progrediu. Assassinar Lula, Alckimin e Moraes era o plano de militares de alta patente, de kids pretos que agora estão amarelos e do próprio partido liberal.
Braga Neto, Pazzuelo, Coronel Cid, general Heleno devem explicações e o perigo é do Brasil virar uma terra sem leis, de bandoleiros que passam o dia na Câmara Federal fingindo fazer legislação pra defender a si mesmos.
O exemplo mais esdrúxulo vem do senador Flavio Bolsonaro que atenua e minimiza a vontade de matar alguém. Mal sabe o ranhento que toda execução criminal passa pela teoria e para a teoria dos assassinatos faltou a ação. A situação dos principais atores do golpe é insustentável e os mandados de prisão vão desfilar.
A trama completa da possível tragédia arquitetada pelo governo Bolsonaro vem à tona com detalhes cínicos revelados pela Polícia Federal. Com a eleição de Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro via uma luz no final do tunel para voltar a mostrar os dentes, mas agora tudo parece impossível. De inelegível a denunciado, o processo ganha corpo e o banco dos réus o espera com a possível saída, acompanhado de dois soldados, para a cadeia. O mais provável é que Bolsonaro se hospitalize, como de praxe, toda vez que algum chumbo grosso mire o moço.