A ex-vereadora Tereza Name (sem partido) e o empresário Jamil Name Filho, preso há cinco anos na Operação Omertà, ingressaram com ação de prestação de contas contra o deputado estadual Jamilson Lopes Name (PSDB). O objetivo é ter acesso a movimentação da fortuna deixada pelo Jamil Name, que morreu em decorrência das complicações da covid-19 no Presídio Federal de Mossoró.
Desde a prisão do pai e do irmão, ocorrida no dia 27 de setembro de 2019, Jamilson administra os bens da família, conforme o advogado André Borges Neto. Na ação protocolada no dia 8 deste mês, ele pede que o tucano apresente a prestação de contas detalhada com as receitas, despesas e lucros da família ao longo dos últimos cinco anos.
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“Desde então, Jamilson Lopes Name administra e gere bens, empresas, contratos, interesses e finanças da família. Praticou diversos e milionários atos com o patrimônio dos requerentes, vários em benefício próprio. Mas, de maneira organizada e detalhada, nunca prestou contas. Revogadas as procurações que recebeu e instado a prestar contas, vem protelando. Nos termos da lei, pede-se contas do que administrou na condição de gestor, de procurador e de administrador”, pontua o advogado.
“Desde a prisão, o requerido vem gerindo e administrando bens, empresas, contratos, interesses e finanças de Jamil Name e, depois do óbito, dos requerentes espólio, Jamil Name Filho e de Tereza Name. Para tanto, utiliza-se ora do cargo de administrador de empresas; ora dos poderes de mandatário (outorgados oralmente e em procuração ou substabelecimento); e ora da condição de gestor de negócios”, afirmou.
“Há vários meses o advogado dos requerentes tenta obter as contas, reunindo-se e dialogando por inúmeras vezes com o requerido e seu advogado”, ponderou. “Após promessa verbal, há pouco tempo o requerido apresentou contas in[1]suficientes: de curto e recente período (maio a julho de 2024); somente de despesas, sem receitas; e desacompanhadas de documentos comprovativos”, justificou-se.
No pedido, Jamil Name e Tereza pedem a prestação de contas referente a Agropecuária Figueira, Trianon Administração, nove fazendas, apartamento, dois precatórios de R$ 16 milhões e R$ 1,7 milhão, outros direitos e empresas.
A ação de exigir contas vai ser analisada pelo juiz Fábio Henrique Calazans Ramos, da 13ª Vara Cível de Campo Grande.
Jamil Name Filho já foi condenado a 73 anos de cadeia, inclusive pelos homicídios do estudante Matheus Coutinho Xavier e pelo empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão. Ele continua preso no Presídio Federal de Mossoró.