Sem um tostão do PL, partido de Jair Bolsonaro, a família Basso bancou 64% da campanha a prefeito do produtor rural Rodrigo Basso (PL) em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital. Dos R$ 492,9 mil arrecadados pelo liberal, 64% foram doados pela família, que ficou famosa no Brasil por ser fã do ex-presidente da República.
Em agosto de 2018, o pai do candidato a prefeito, o ex-prefeito Ari Basso mandou desenhar em duas fazendas, localizadas em Sidrolândia e Maracaju, a inscrição “Bolsonaro 2018”, que só poderiam ser vistas de imagens aéreas.
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Dois anos depois, em 2020, o então presidente da República visitou a propriedade rural de Basso e elogiou o ex-prefeito. Na ocasião, ele conversou e tirou fotos com a família Basso, inclusive com Rodrigo Basso, comeu um churrasco típico sul-mato-grossense e ganhou um kit tereré.
Quatro anos depois, Bolsonaro não retribuiu o carinho da família. O PL não enviou um tostão para a campanha de Rodrigo à prefeitura de Sidrolândia. Por outro lado, a executiva nacional enviou R$ 7 milhões para a campanha do deputado federal Beto Pereira (PSDB), candidato a prefeito da Capital.
Apesar de não ter recebido recursos do Fundo Especial Eleições, o famoso Fundão, Rodrigo arrecadou R$ 492.977, segundo informações repassadas à Justiça Eleitoral. Desse total, o irmão mais velho, Lúcio Mauro Borges Basso, doou R$ 185,4 mil. O pai repassou R$ 77.777, enquanto o candidato tirou R$ 55 mil do próprio bolso.
Rodrigo Basso é um dos políticos mais ricos de Mato Grosso do Sul e declarou patrimônio de R$ 20,2 milhões. Ele derrotou a atual prefeita, Vanda Camilo (PP), com 61,27% (16.364 votos), contra 38,21% da progressista (10.206 votos).
Vanda não é rica, com patrimônio de R$ 609 mil. No entanto, ela não tem do que reclamar porque teve R$ 498.892 para gastar na campanha pela reeleição, sendo que R$ 350 mil vieram do Fundão (70% do total). O presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), doou R$ 40 mil.