O deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) é o primeiro a se manifestar publicamente contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende pôr fim à escala de trabalho 6×1. O parlamentar bolsonarista afirma que a proposição é uma “armadilha” que vai gerar desemprego, corte de salários e prejudicar trabalhadores. O PL, de Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, também é contra. Beto Pereira (PSDB) não assinou.
Até este momento, quatro deputados federais sul-mato-grossenses assinaram a PEC, Camila Jara e Vander Loubet, ambos do PT, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende, do PSDB. A proposta foi elaborada pelo “Movimento Vida Além do Trabalho”, apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP).
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Coordenador da bancada federal, Vander defende que a redução da jornada de trabalho vai melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. “As pessoas precisam ter mais tempo para a família, o lazer, as atividades físicas… e isso, por consequência, vai melhorar a produtividade, afinal, trabalhador com vida melhor produz mais”, argumenta.
“Ou seja, é uma mudança que não prejudicaria a economia. O mundo todo tem debatido isso e já há países onde empresas começaram a adotar a jornada de 5×2 ou até de 4×3. Portanto, nada mais justo que debatermos isso no Brasil também”, completa o petista.
Luiz Ovando, por sua vez, acredita que o fim da escala 6×1 vai trazer apenas consequências negativas.
“A PEC do PSOL, é uma armadilha que ameaça destruir a flexibilidade do nosso mercado de trabalho! Ela vai acabar com a escala 6×1 e por consequência, a 5×2, forçando uma jornada de 4 dias por semana sem nenhuma preocupação com as consequências”, alega o pepista, em nota divulgada nesta segunda-feira (11).
“Isso significa desemprego, corte de salários e uma dependência ainda maior do Governo! Por princípio, sou contra a interferência do Estado em assuntos que dizem respeito apenas a patrão e funcionário”, garante Ovando.
O médico afirma que as medidas são “populistas que só prejudicam quem trabalha!”, finalizou.
O texto da PEC prevê uma revisão na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para abolir a escala de trabalho 6×1, na qual um funcionário precisa trabalhar seis dias durante a semana para ter direito a um dia de folga.
O texto é criticado, principalmente, por partidos de direita. O PL, de Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, maior bancada da Câmara, com 92 parlamentares, se posicionou em bloco contra o fim da escala 6×1. Beto Pereira (PSDB) também não assinou.