Presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande), o vereador Marcos Tabosa (PP), defendeu os cortes anunciados pela prefeita Adriane Lopes (PP), que deverá reduzir em até 50% os salários pagos aos servidores municipais. “Se ela não fizer isso, pode ser afastada (pelo Tribunal de Contas do Estado)”, afirmou o progressista, que ficou famoso por defender o funcionalismo aos berros no passado.
De acordo com o parlamentar, Adriane vai cortar o pagamento de função de confiança (FCs), plano de trabalho, assessoramento especial, eficiência, entre outros. Esses penduricalhos garantiam o pagamento de um salário maior ao comissionado e até dobrava em alguns casos.
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Tabosa admitiu que os cortes podem incluir os plantões, inclusive em áreas sensíveis e com problemas de falta de pessoal. “Não é o desejo dela fazer isso drasticamente”, frisou. Ele disse que pediu a prefeita para não cortar os plantões dos administrativos e profissionais de nível superior da saúde.
As medidas não foram oficializadas por Adriane, que tem evitado a imprensa nem respondido aos questionamentos sobre os boatos. Servidores já foram comunicados dos cortes a partir deste mês e muitos foram ao desespero e até choraram por causa das dificuldades que terão para pagar as contas de fim de ano.
Tabosa afirmou que a prefeita só está cumprindo o TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) firmado com o TCE para acabar com a folha secreta, que teria sumido com R$ 386 milhões e incluía o pagamento de supersalários para parentes e apadrinhados políticos. Na campanha eleitoral, Adriane negou a existência da folha secreta.
“Ela está consertando o que ex-prefeito (Marquinhos Trad) deixou, esse legado maldito”, acusou Tabosa, apesar de Adriane estar no cargo há dois anos e seis meses. O pagamento de supersalários ocorreu na atual gestão. Uma das beneficiadas foi a concunhada, Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, chefe de gabinete da prefeita.
Tabosa afirmou que não estava entendendo a polêmica causada pelos cortes. “Estão reclamando, a sociedade está reclamando. Não estou entendendo”, questionou o vereador, que apoia os cortes. Ele não foi reeleito.