O juiz Eduardo Eugênio SIravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, convalidou todas as decisões do juízo de Terenos na Operação Velatus, que apura desvio milionário e pagamento de propina na Prefeitura de Terenos. Ele também manteve a prisão preventiva do ex-secretário municipal de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, que está atrás das grades há quase três meses.
O magistrado precisou analisar novamente as determinações judiciais da Vara Criminal de Terenos porque os desembargadores da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul consideraram que o magistrado era incompetente para autorizar os mandados de busca e apreensão.
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Prevaleceu, mais uma vez, a tese da defesa dos envolvidos nos esquemas de corrupção de que investigação conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ou GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) deve ser autorizada por uma das varas criminais de Campo Grande.
Em despacho desta segunda-feira (4), publicado hoje no Diário Oficial da Justiça, o magistrado valida todas as decisões do juiz Luciano Pedro Beladelli, em substituição na Vara de Terenos. Também manteve a prisão preventiva do ex-secretário municipal de Obras, Isaac Bisneto. Ele está detido desde o dia 13 de agosto deste ano, quando foi deflagrada a Operação Velatus.
Titular da pasta de Obras na gestão de Henrique Wancura (PSDB), Bisneto é acusado de usar o pai, Isaac Neto, para receber propina paga pelos empresários que participavam do esquema criminoso na cidade, que fica a 23 quilômetros de Campo Grande.
O ex-secretário também teve a prisão mantida porque continua ingerindo na Secretaria Municipal de Obras, mesmo após a exoneração.