Após a campanha eleitoral marcada pela polêmica da folha secreta e pelo pagamento de supersalários para parentes e apadrinhados, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), exonerou João Batista Pereira Júnior do cargo de controlador-geral do Município. Servidor de carreira do Tribunal de Contas do Estado, ele estava no cargo desde abril do ano passado após o “furo” de R$ 386 milhões na folha de pagamento do município.
A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial desta terça-feira (29). Ele havia substituído o empresário Luiz Fernando Buainain, que deixou o comando da Controladoria-Geral do Município após o escândalo da folha secreta.
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Contudo, a substituição não resolveu o problema e a prefeita não cumpriu o TAG (Termo de Ajustamento de Gestão) firmado com o TCE. Uma fonte da corte revelou que a investigação da folha secreta continuava e Adriane Lopes pode ser responsabilizada pelas irregularidades.
Para agravar a situação, a prefeita acabou sofrendo desgaste na campanha sobre a folha secreta, como foi chamado a não publicação de verbas indenizatórias, jetons e encargos especiais para secretários, parentes e apaniguados.
Na reta final da campanha do segundo turno, vencido por Adriane por uma margem estreita, a candidata de oposição, Rose Modesto (União Brasil) publicou nas redes sociais os valores pagos para secretários e parentes da prefeita, como a chefe de gabinete, Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes.
O novo controlador-geral do município não foi informado pela prefeita. João Batista Pereira Júnior havia sido cedido pelo TCE com ônus para a origem.