A Justiça decretou pela 3ª vez a prisão preventiva do empresário Ueverton da Silva Macedo, o Frescura, 35 anos, réu por corrupção, peculato e organização criminosa em Sidrolândia. Desta vez, conforme o Ministério Público Estadual, mesmo com tornozeleira eletrônica, ele participou do esquema de compra de votos para favorecer a atual prefeita da cidade, Vanda Camilo (PP), que acabou não sendo reeleita.
O pedido de prisão de Frescura foi pedido pelos promotores Adriano Lobo Viana de Resende, coordenador do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Humberto Lapa Ferri e Bianka Machado Arruda Mendes. O juiz Fernando Freitas da Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, decretou a prisão na quinta-feira (24) e o mandado foi cumprido pelo Gaeco nesta sexta-feira.
Veja mais:
Em delação, advogado aponta desvio para festa, casamento e até pagamento para vereadores
Responsável por sacar propina para Claudinho, advogado é o 2º a fazer delação premiada
Delator cumpre acordo e paga R$ 80 mil, mas denúncia contra Vanda segue encalhada no MPE
Frescura é acusado de integrar o esquema de desvio do vereador Claudinho Serra (PSDB), que comandou a Secretaria Municipal de Fazenda na gestão da sogra. O empresário teria movimentado mais de R$ 10 milhões, conforme dados obtidos com a quebra do sigilo bancário.
Ele foi preso na 2ª e na 3ª fase da Operação Tromper. Na primeira, o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus e o liberou mediante uso de tornozeleira eletrônica. Na segunda, o juiz estendeu o HC concedido pelo desembargador José Ale Ahmad Neto ao tucano no mês de abril deste ano.
Na véspera da eleição, o Gaeco deflagrou a Operação Vigília para apurar a compra de votos pela prefeita em busca da reeleição. E novamente, os promotores chegaram a Frescura. “Como se denota, dois imóveis de sua propriedade foram alvos da Operação Vigília, ocorrida no dia 04 de outubro de 2024, em razão da utilização como pontos de coleta e distribuição de dinheiro para compra de votos para a campanha da atual Prefeita Vanda Camilo”, apontaram os três promotores.
“Sendo o proscênio da determinação emanada pelo STJ, no bojo do recurso ordinário em HC, que Ueverton da Silva Macedo seja desassociado de vínculos com a administração pública, mais uma vez ele demonstrou não cumprir qualquer obrigação que vise cessar os atos de corrupção apurados pela Operação Tromper”, destacaram.
Foram apreendidas listas com valores repassados por Frescura. Assessora da prefeita, Anielle de Souza Ferreira Santi, estava com o valor de R$ 3 mil, enquanto os vereadores Gabriel Autocar e Elizeu da Silva Vaz, com os valores de R$ 10 mil cada.
“Diante desse quadro, em consonância com o entendimento dos Tribunais Superiores e Tribunal de Justiça de MS, que sustentam que o descumprimento de qualquer medida cautelar imposta em substituição à prisão, por si só, é fundamento suficiente para o decreto de prisão preventiva como forma de resguardar a ordem pública, em observância ao disposto no art. 282, § 4.º , c/c art.312 , parágrafo único, ambos do Código de Processo Penal, aliada a concreta a possibilidade de reiteração delitiva, justifica-se a custódia extraordinária como forma de garantir a ordem pública”, solicitaram os promotores.
O juiz determinou a prisão preventiva e Frescura voltou para a cadeia ontem.