Numa corrida eleitoral equilibrada, as candidatas Adriane Lopes (PP), que disputa a reeleição, e Rose Modesto (União Brasil) se enfrentaram no último debate, promovido pela TV Morena, em busca dos eleitores indecisos. No formato com dois blocos de palavra livre e dois com temas propostos, o debate teve momentos propositivos, mas foi marcado por muitos ataques entre as candidatas.
Primeira a falar no embate, Rose Modesto trouxe a polêmica folha secreta na Prefeitura de Campo Grande, que custou R$ 386 milhões. Pelo claro desconforto provocado à concorrente, Rose mencionou o tema por várias vezes, destacando o pagamento para a própria prefeita, além de parentes.
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Se no debate do Midiamax Adriane tentou se valer de decisão judicial, alegando que a oponente estava proibida de citar a folha secreta. Desta vez, repetiu por várias vezes que folha secreta na sua gestão é fake news e reforçou afirmação de que Campo Grande é a segunda melhor cidade do Brasil no quesito transparência.
A candidata do PP ainda reagiu questionando Rose sobre a operação Coffee Break, que investiga conluio na cassação do então prefeito Alcides Bernal. A candidata do Uniao Brasil disse que existiu somente articulação partidária na formação do governo e que não responde a processo da operação.
Outro tema já conhecido que voltou a protagonizar ataque é a empresa de Rose. Adriane, como no último debate, disse que não informar a sociedade nas pessoas jurídicas ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) é crime. Rose rebateu que a informação sobre a pequena empresa consta em sua declaração de Imposto de Renda. Adriane, em diversos momentos, provocou a concorrente declarando que ela nem abriu empresa em MS, mas em Rondônia. Rose afirmou que a sede é em Campo Grande.
No contra-ataque, Rose questionou a prefeita sobre a compra de uma praça por ela pelo valor de R$ 107 mil, em 12 parcelas, para fazer sua casa no Carandá Bosque. Adriane respondeu que a desafetação da área pública foi há 15 anos e aprovada pela Câmara Municipal, com voto favorável de Rose, que era vereadora.
A estratégia de Adriane foi questionar a capacidade de gestão de Rose, que comandou a Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), com reiteradas perguntas sobre quantos empregos e recurso destinou à Capital. Mas as respostas de Rose não impediram a prefeita de seguir perguntando para enervar a concorrente.
Adriane ainda repetiu e repetiu que o cargo de Rose era no governo Lula, numa overdose de menções ao nome do presidente. O nome do padrinho Bolsonaro, que no primeiro turno apoiou Beto Pereira (PSDB), só foi citado pela candidata do PP no final do debate, nos agradecimentos.
Rose rebateu que o União Brasil é de centro-direita e que o PP de Adriane tem até ministro no governo de Lula.
A estratégia de Rose foi se opor ao discurso favorito de Adriane: a de que não teve tempo de fazer mais pela cidade porque é prefeita há dois anos e meio. Por diversas vezes, a candidata do União Brasil interpelou quanto tempo a gestora precisa para acabar com a fila de 70 mil pessoas na Saúde, com o déficit de vagas na educação infantil e melhorar a qualidade do transporte coletivo.
No domingo, o resultado das urnas vai mostrar quem escolheu a melhor estratégia para conquistar o eleitorado.