Há dois anos, mães atípicas vivem uma luta diária para garantir fraldas e leite especial para as crianças com deficiência em Campo Grande. Há denúncias de que nem com decisão judicial conseguem obter a ajuda do município na gestão de Adriane Lopes (PP). No vale tudo da política, a administração municipal teria recorrido aos jornais para atacar as mães, chamando-as de integrante da “máfia do leite”, não há limites na maldade humana.
Para contestar as acusações, as heroínas do nosso tempo foram à Câmara Municipal para se defender. Atuando como verdadeiro político brasileiro, os vereadores boicotaram a sessão e o presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), que apoia Adriane, encerrou a sessão por falta de quórum.
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Sem voz na casa do povo, as mães recorreram às redes sociais para se defender da acusação e contar da luta diária pela própria sobrevivência e, principalmente, para manter os filhos vivos. E agora, em Campo Grande, elas se tornaram inimigas do poder e vivem um pesadelo sem precedente no Brasil.
“Hoje a Sessão da Câmara Municipal não foi realizada, mas as mães atípicas compareceram no Plenário e junto comigo refutamos cada uma das mentiras trazidas pelo Deputado Lídio Lopes e colocadas na matéria jornalística”, rebateu a vereadora Luiza Ribeiro.
Na última terça-feira (22), o deputado estadual Pedro Kemp (PT) já tinha se manifestado em defesa das mães. Cada lata de leite custa R$ 180 e dura apenas três dias.
“Façam as contas de quanto precisa, sendo que essa mãe vive com o Programa Cuidar de Quem Cuida, que dá para ela R$ 900 por mês. Sabe o que significa isso? Se ela usar todo o benefício não dá para comprar metade das latas que precisam no mês. Só sente a dor quem passa por essa situação. Elas têm que abrir mão da sua própria vida para cuidar desses filhos 24 horas por dia. Eu me comovo. Elas se deitam e pensam que não conseguiram atendimento. Se levantam e pensam: ‘será que vou ter forças para que meu filho consiga se alimentar?’”, afirmou o deputado, comovido com uma luta de dois anos.
“Eu recebi uma mensagem de uma dessas mães dizendo: Você sabe o que é uma mãe atípica? É uma mulher que depois de um dia cansativo deita na cama e diz que aquele dia ela correu atrás de atendimento para o seu filho e não conseguiu. É aquela mulher que levanta no outro dia dizendo: Será que eu vou ter forças para hoje lutar novamente para meu filho ter direito a uma alimentação especial?”, contou.
As mães protestaram durante a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que veio apoiar a reeleição e Adriane.