A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) garantiu a retomada e o lançamento de novas obras, principalmente, de pavimentação em Campo Grande. Os repasses dos ministérios das Cidades e Desenvolvimento Regional impulsionaram o final da gestão de Adriane Lopes (PP) com investimentos superiores a R$ 100 milhões.
Contudo, a prefeita só lembra do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de olho no voto dos bolsonaristas. Não sem notícia de vídeo ou frase da progressista em que reconhece a ajuda do petista na atual administração, principalmente, nas obras de pavimentação e inclusive as de grande visibilidade, como o recapeamento “vapt vupt” da Avenida Ernesto Geisel.
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“Eu vejo que uma das grandes marcas do Lula como presidente é a municipalidade. E Campo Grande é testemunha disso”, destacou o coordenador da bancada federal, Vander Loubet (PT), usado por ambas as candidatas para desgastar a outra entre os eleitores de direita.
O maior investimento federal na Capital é no Bairro Nova Lima, o mais populoso. A pavimentação das etapas C e D terá R$ 38 milhões do Ministério das Cidades. Uma das placas inclusive cita do PAC 2, Programa de Aceleração do Crescimento e uma das marcas da gestão de Lula. As duas obras foram lançadas no dia 22 de agosto deste ano.
Conforme a placa no local, a etapa C vai custar R$ 22,4 milhões e os recursos são provenientes do Novo PAC, lançado pelo petista no ano passado. A previsão de término é em 13 de fevereiro de 2026. A outra, C, terá R$ 15,4 milhões.
O recapeamento da Avenida Ernesto Geisel, realizado a lava jato e antes do primeiro turno, impressionou o campo-grandense pela rapidez também teve recurso federal, com repasse de R$ 5,1 milhões do Ministério das Cidades. No entanto, o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Marcelo Miglioli, destacou que não usou o recurso, apesar da placa estar no local.
A retomada da revitalização da Ernesto Geisel e o combate às enchentes do Rio Anhandui vão receber R$ 20,997 milhões para o trecho esquerdo entre as ruas Abolição e Bom Sucesso. Conforme a placa no local, instalada pela própria prefeitura, o investimento é do Ministério ds Cidades e a conclusão está prevista para fevereiro de 2026.
A obra começou na gestão de Marquinhos Trad (PDT) e parou durante a pandemia da covid-19. Na ocasião, o chefe do Executivo atribuiu Bolsonaro, que teria atrasado o repasse, pela suspensão da obra na avenida.
Até a obra de revitalização e modernização dos equipamentos esportivos da Lagoa Itatiaia, que ganhou o horário eleitoral após ser criticada pelo candidato a prefeito, Beto Pereira (PSDB), é realizada com recursos federais. Conforme a placa do local, o Ministério da Cidadania investe R$ 1,2 milhão no local, com previsão de ser concluído até o dia 29 do mês passado.
Já a pavimentação do Jardim Itatiaia, que chegou a ser alvo de uma guerra de versões entre o tucano e a atual prefeita, conta com recursos federais. A obra está orçada em R$ 6,228 milhões, com início em 4 de julho deste ano e término previsto para 31 de março de 2025. O slogan na placa também é de Lula, União e Reconstrução.
A obra de pavimentação do Jardim Auxiliadora, orçada em R$ 11 milhões, terá repasse do Ministério das Cidades. A pavimentação deverá ser concluída entre julho deste ano e junho do próximo ano.
No Residencial Ramez Tebet, na saída para São Paulo, os recursos são do Governo Lula. O Ministério do Desenvolvimento Regional repassou R$ 1,826 milhão para a etapa B, enquanto o Ministério das Cidades enviou R$ 3,727 milhões para a etapa A.
Moradores do local estão desconfiados com a gestão de Adriane porque antes do primeiro turno apareceram várias máquinas e tratores para a obra de pavimentação, Atualmente, no local só uma pá carregadeira e nem sinal do asfalto na etapa B, por exemplo, que deveria ser executada em 120 dias, mas já transcorreram três meses sem pavimentar nenhuma via do local.
No Jardim Noroeste, o investimento é do Governo federal e da administração estadual comandada pelo governador Eduardo Riedel (PSDB). Conforme as informações no local, o investimento é de R$ 9,406 milhões. Só a obra de pavimentação ainda não foi nem concluída, mas já conta até com um buraco na lateral do complexo penitenciário.
Ainda há obras na saúde, como a unidade básica de saúde que começou a ser construído no Conjunto Parati com recursos do Ministério da Saúde, entre outras.
Para Vander, Lula não tem discriminado os municípios, nem as cidades administradas por adversários, como é o caso de Adriane Lopes. “A propósito, esse comportamento municipalista também está na nossa bancada, já tem muito tempo, várias legislaturas, que a gente trabalha no sentido de consensuar as diferenças e ter como foco as necessidades do Estado e dos municípios”, destacou o petista.
Estratégicos
Campo Grande só conseguiu contar com obras emblemáticas e estratégicas com a ajuda do Governo Federal. Na gestão de André Puccinelli (MDB), famoso por várias obras monumentais, o emedebista sempre era grato ao Governo Lula e sempre repetia os elogios à Dilma Rousseff (PT) como “fada madrinha” pelos investimentos do PAC.
“Veja só você, as grandes obras estruturantes de urbanização que tivemos nos últimos 20 anos, todas foram nos governos do Lula: a Via Morena, a Orla Morena, a nova Avenida Duque de Caxias, os parques lineares do Cabaça (que começa ali perto da UFMS e vai até a Spipe Calarge), do Segredo (que é o prolongamento da Ernesto Geisel a partir da Mascarenhas de Moraes e vai até o Seminário), do Imbirussu-Serradinho (que começa na Duque de Caxias, perto da JBS, passa pela Vila Popular e vai até a UEMS, lá no José Abrão) e do Lagoa (que começa ali na Duque de Caxias, perto do CMO, e se estende por vários bairros, como Tijuca, Caiobá e São Conrado)”, enumerou Vander.
Sobre o atual momento, o deputado destacou a preocupação em concluir as obras. “Então, nesse sentido, essa preocupação do governo Lula com a retomada de obras paradas é fundamental, muito importante. São obras de pavimentação, de drenagem, de creches. E, naquilo que a gente puder, vamos reforçar esse caráter municipalista, até porque o presidente Lula nunca olhou e continua sem olhar cor partidária na hora de destinar os recursos para essas obras”, frisou.
“Eu acredito que a prefeita Adriane tenha essa consciência. Nenhum prefeito ou governador – incluindo até o André [Puccinelli] – pode reclamar do tratamento que recebeu do Lula”, destacou.
O Jacaré encaminhou questionamentos para assessoria da prefeita, mas não teve retorno.