Mário Pinheiro, de Paris – Na política, a direita sempre esteve no poder. Que seja de centro-direita, direita ou extrema-direita, a patifaria é igual. Eles não aceitam que o partido de oposição a derrote numa eleição e faça quase tudo em prol do social, coisa que que a situação sempre patina.
Por isso se torna mais fácil ganhar votos do cidadão acostumado a ver o conservadorismo defender valores morais ligados aos costumes religiosos como família, sexo, decadência, aborto e prostituição, mesmo que o dito cujo político responda judicialmente por um destes itens ou por peculato e prevaricação.
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Eles são, geralmente, apoiados pelo patronato, a imprensa conservadora, a elite econômica e pelos pobres que se acham ricos. O ar de romantismo saúda o atraso funcional, emocional e real de quem opta pela opção do continuísmo.
O eleitor de direita se acha contemplado no candidato que hoje mente melhor. Felizmente que Pablo Marçal não chegou ao segundo turno, mas é o tipo que ganha com falsidade e procura rasgar as entranhas alheias pela criação e repetição de fakes. Os políticos de direita preferem mil vezes trabalhar com um público alienado. Vejamos que o termo alienação começa com Jean-Jacques Rousseau quando trabalha o contrato social, é uma velha forma de análise no trabalho.
O alienado, aquele que bate o pé o prefere votar no conservador por detestar a esquerda, não pode reclamar do transporte coletivo mal conservado, sujo, caro, da escola dos filhos, das melhorias prometidas há décadas ou dos abusos do patrão que escolhe o candidato aos empregados. O alienado tem orgulho de ser o que é, se acha matuto, violento, não aceita dialogar e diz que não leva desaforo pra casa.
O caso de São Paulo é ainda mais estranho. Quem gere e administra a energia é a empresa privada Enel. Vários municípios ficaram sem energia durante dias seguidos causando prejuízos enormes a comerciantes e casas que tiveram os itens sem refrigeração perdidos, jogados no lixo. Mas São Paulo é governado pela direita em duplo sentido, Estado e Município, e eles jogaram a culpa da falta de energia no governo federal. A direita é chocadeira de ovos podres e ela trabalha com a alienação do cidadão que não acompanha a quem pertence os ovos.
Alienação e extrema-direita se unem no negacionismo, no antissemitismo, em quase tudo. O tema do alienado é também tratado por Karl Marx. Quando a extrema-direita chega às portas do poder, as pessoas mais conscientes têm obrigação de correr para evitar o desastre.
Um exemplo, em 1936, numa situação econômica draconiana, triste, a extrema-direita teria sido se aproveitado e apontada como a solução. A esquerda francesa conseguiu unir três partidos e venceu as eleições para evitar o sucesso da extrema direita.
O antissemitismo era o enfoque por causa do caso Dreyfuss e ascensão de Hitler. Era o exato momento da eclosão do nazismo e fascismo. O Brasil não teve a mesma chance. Numa crise política criada pelos perdedores de eleição, juntou-se o poder judiciário do Lava Jatismo, a elite que se diz econômica e os catataus mais conservadores para eleger uma figura negacionista que se assemelha ao parasita.